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Foco da dengue em Londrina: prefeitura não tem agentes suficientes para fiscalizar | Roberto Custódio/ Gazeta do Povo
Foco da dengue em Londrina: prefeitura não tem agentes suficientes para fiscalizar| Foto: Roberto Custódio/ Gazeta do Povo

O número de confirmações de casos de dengue em Londrina neste ano já superou o da pior epidemia da doença até então registrada na cidade, em 2003. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, na segunda-feira, 7.371 pessoas contraíram a doença de janeiro até a semana passada. Em todo o ano de 2003, a cidade computou 7.352 casos.

A falta de agentes de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, e a insistência de parte da população em não adotar as medidas de prevenção estão entre as principais causas da epidemia, segundo a coordenação de controle da dengue em Londrina.

Para o coordenador de En­­demias da Secretaria Municipal da Saúde, Elson Belisário, o número ideal de agentes de combate à dengue seria de 230, mas a cidade tem apenas 181. Com a implantação de grandes condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, que vem aumentando o número de imóveis na cidade, a quantidade de agentes deveria saltar para 249.

"O ideal é um agente para cada 800 a 1.000 imóveis. Estamos esperando as contratações há meses, mas a dificuldade de repor os agentes é grande. Já chegamos a trabalhar apenas com 80, depois conseguimos repor e manter a média de 200. Mas, como o condomínio Vista Bela vem aumentando o número de imóveis, precisaremos de ainda mais agentes, principalmente com a chegada do calor" afirma Belisário.

Segundo o médico infectologista Luiz Baldy, a medicina ainda não encontrou uma solução para a dengue. Um dos grandes complicadores, de acordo com ele, é o fato de o mosquito usar água acumulada para deixar seus ovos. "Como é uma doença que depende de políticas públicas de combate e da participação da população, o Brasil não consegue evitar epidemias de dengue. E o combate também enfrenta outros tipos de dificuldade, como entrar em todos os locais suspeitos de serem criadouros".

Baldy lembra ainda que os médicos precisam cada vez mais estar preparados para diagnosticar a doença. "Muitos deixam de diagnosticar de maneira certa e essa conduta pode ser fatal".

Levantamento

Os 181 agentes de endemias de Londrina e outros 35 funcionários da prefeitura começaram nessa semana a visitar cerca de 8 mil imóveis, para fazer um novo Levan­tamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (Lira). O último levantamento foi feito em abril e indicou um índice de infestação de 0,9%, dentro do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 1%. Os resultados devem ser divulgados na próxima semana.

Segundo informações da prefeitura de Londrina divulgadas na segunda-feira, as chuvas que caíram na cidade nas últimas semanas preocupam a Secretaria de Saúde. "Nossa expectativa, no entanto, é de que o índice esteja menor que 1%, como preconiza o Ministério da Saúde, já que em momento algum deixamos de realizar os trabalhos de prevenção", afirmou Elson Belisário em nota enviada à imprensa.

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