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sexualidade

Escolas desestimulam uso de adereço

Foz do Iguaçu - Para proteger crianças e adolescentes de constrangimentos e tragédias, professores e diretores de colégios começam a tomar medidas para desestimular o uso da pulseirinha do sexo. Em Foz do Iguaçu, o Núcleo Regional de Educação (NRE) encaminhou ontem um ofício aos colégios estaduais solicitando que diretores, em conjunto com o Conselho Escolar, orientem os alunos a não usar o acessório. "Os próprios pais não deveriam deixar os filhos usarem. É algo de família, mas sabe-se que as crianças escondem dos pais", diz a assistente do núcleo de Foz, Jacyr Cecília Marchiotti.

Segundo Jacyr, o núcleo não pode proibir o uso das pulseirinhas, então, optou-se pela orientação para que as próprias escolas tomem a decisão junto ao Conselho Escolar, formado por representantes de professores, funcionários, pedagogos, direção, pais e alunos. O ofício foi encaminhado a 64 colégios da região de Foz que integram o núcleo regional.

Mesmo antes da nova orientação, porém, algumas escolas já estavam adotando a medida. O Colégio Estadual Dom Pedro II, situado na região do Morumbi, em Foz do Iguaçu, é um deles. Segundo o diretor, Doacir Batistti, no último mês foram recolhidas cerca de 150 pulseirinhas na escola com alunos de 13 a 15 anos, de ambos os sexos. Batistti diz que a medida não foi autoritária. A direção fixou cartazes nas salas de aula e os professores conversaram com os alunos sobre o significado das pulseiras. "Nós buscamos na internet o significado e espalhamos informações pelas salas de aula para os alunos se conscientizarem que a pulseira não é enfeite e tem um significado", diz.

O resultado foi satisfatório, segundo o diretor. Mesmo assim, houve casos de estudantes que voltaram a usar o apetrecho, já que a há facilidade de acesso às pulseirinhas. As crianças compram o adereço em botecos e lojas de R$ 1,99, que vendem o produto em dúzias.

Na avaliação da coordenadora do Núcleo de Gênero e Diver­sidade Sexual da Secretaria do Estado da Educação do Paraná (Seed), Dayana Bruneto, a proibição das pulseirinhas sem um trabalho pedagógico é uma decisão inócua. "É preciso promover uma discussão e abrir um debate crítico nas escolas sobre a questão. A decisão precisa ser coletiva e acompanhada de debate".

Segundo ela, por enquanto não há decisão ou norma por parte da Seed para proibir as pulseirinhas. A orientação é para que haja debate e discussão pedagógica, diz. Em relação a colégios de todo o país, o Ministério da Edu­cação (MEC) não emitiu comunicado ou se posicionou sobre o assunto.

Na rede particular de ensino, o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), José Augusto de Mattos Lourenço, diz que os sindicatos estaduais foram notificados a orientar às escolas. "A escola faz com que os pais orientem os filhos", diz.

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