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 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A secretária estadual de Educação, Ana Seres Trento Comin, trocou a coletiva de imprensa que detalhou o fechamento de escolas no Paraná pela participação na cerimônia do programa pedagógico Agrinho, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), que ocorreu simultaneamente na manhã desta segunda-feira (26). Lá, ela discursou para uma plateia de aproximadamente 2 mil estudantes, professores, diretores de escolas e autoridades, recebendo efusivos aplausos, mas sem tocar no tema do fechamento dos colégios estaduais em sua fala.

Em entrevista à Gazeta do Povo logo após o evento, ela minimizou o assunto, destacando que as escolas que serão fechadas “já estavam em processo de extinção”. A secretaria garantiu que está cuidando pessoalmente para que não haja prejuízo ao ensino público com as mudanças. Confira a entrevista:

Governo estima fechar até 40 escolas; decisão sai no final de novembro

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O governo já possui um plano de ação para o fechamento das escolas estaduais?

[As escolas que serão fechadas] são escolas do campo que já estavam em um processo gradual de extinção, pois já não tinham mais turmas do sexto e sétimo ano. Ao todo, 31 escolas estão nessa situação. Nesse caso os alunos serão transferidos para outras escolas do campo. Quanto as demais escolas, é uma questão de locação. As escolas serão remanejadas para prédios nossos, mas nenhum aluno ficará sem matrícula. Os profissionais que atuam nessas escolas só irão trocar o local de trabalho. Sendo assim, nós teremos 31 escolas que realmente serão extintas.

Não existe o risco de a demanda voltar a crescer, forçando o governo a reabrir as escolas? Como fica a situação dos imóveis que ficarão vagos?

Essa situação [o fechamento] é temporária, por dois anos. Se após dois anos a demanda alterar, a escola reabre. Hoje nós temos algumas escolas do campo que funcionam em dualidade, já que os prédios são dos municípios [mas a gestão é do estado]. Nessa situação os prédios retornam para os municípios. Já para os nossos prédios, do estado, vamos fazer adequações e, se a escola não reabrir em dois anos, esses prédios serão deixados a critério da comunidade escolar para desenvolver projetos e atividades que poderão ser realizadas naquele ambiente.

Não há risco de faltar espaço nas escolas que vão receber os alunos e funcionários?

Tudo isso nós já estamos monitorando. Nós não vamos ter escolas com superlotação porque eu sou extremamente criteriosa com a resolução [que determina a lotação máxima das salas de aula]. Eu não aceito que haja mais de 40 alunos nas turmas de ensino médio. No ensino fundamental esse limite é de 35 alunos. E no sexto e sétimo ano são permitidos até 30. Eu mesma serei criteriosa para que a legislação da secretaria não seja descumprida. Onde houver número maior de alunos do que a resolução prevê, a própria secretaria vai abrir novas turmas.

A senhora teme que essa decisão motive protestos, como está ocorrendo no estado de São Paulo, que implementou medida semelhante?

Eu tenho mantido diálogo franco e aberto com o sindicato [a APP-Sindicato] e com as lideranças dos municípios, principalmente os prefeitos, deputados e vereadores. Eu ouço a comunidade antes de tomar as decisões. Onde a comunidade não foi ouvida nós tivemos alguns problemas e aí a secretaria retomou, conversou com a chefia do núcleo, como é o caso de Curitiba, onde a Seed [Secretaria de Estado da Educação] está assumindo a reorganização das escolas.

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