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 | Priscila Forone/Gazeta do Povo
| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

A tradição de Morretes na produção da genuína cachaça brasileira rendeu fama e reconhecimento que foi parar até no dicionário. No Aurélio, o verbete morretiana é sinônimo da bebida, típica do Brasil. Não é à toa. Registros históricos comprovam que a cachaça começou a ser produzida no município no século 18.

O auge da produção, porém, foi no século 20, na década de 1940,quando havia mais de 40 engenhos. Hoje, com 15 alambiques, Morretes lidera aprodução de cachaça no litoral e contribui com 10% de toda a produção paranaense, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal do Paraná e diretor comercial do Alambique Porto Morretes, Fulgêncio Torres Viruel.

A bebida que sai dos alambiques de Morretes – cerca de 400 mil litros por mês –, é destinada ao mercado consumidor nacional e internacional como, por exemplo, a cachaça orgânica da Porto Morretes, exportada para os Estados Unidos, Canadá e Suíça. A empresa, que em 2004 reativou um alambique do século 18, decidiu agregar valor ao produto e investiu na produção de cachaça orgânica.

Todo o processo de produção – do plantio da cana-de-açúcar até o envasamento final da bebida – é feito sem a utilização de produtos químicos. Luciane Fernanda Rosa, que trabalha no local, explica que até o fermento adicionado ao caldo para a fermentação é natural, feito com fubá amarelo, farelo de arroz e limão. Para Viruel, o segredo da legítima morretiana "está na combinação entre as antigas técnicas artesanais de fabricação da bebida e a modernização da produção, que é totalmente adequada aos padrões de qualidade exigidos".

Feita com o coração, como é chamada a parte nobre do caldo fermentado, a cachaça final é branca e leva o nome de prata. Entretanto, a especialidade do alambique centenário da Porto Morretes é a cachaça ouro, envelhecida em barris de carvalho.

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