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Potenciais gastronômico, cultural e de lazer devem ser explorados no novo Passeio Público | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Potenciais gastronômico, cultural e de lazer devem ser explorados no novo Passeio Público| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Participação

Ativista reclama que população deixou de ser envolvida

A existência de um projeto pronto para a revitalização do Passeio Público intriga o ator e diretor de teatro Enéas Lour, criador da campanha "O Passeio Público é Nosso!" nas redes sociais. Segundo ele, isso demonstra a falta de abertura para a contribuição da sociedade no desenvolvimento do projeto. "É estranho ouvir que há um projeto pronto ou quase pronto. Não foi isso que havia sido combinado. A ideia era justamente envolver a população no projeto de revitalização, com a contribuição de engenheiros, arquitetos, artistas", diz.

Segundo ele, desde a realização de uma audiência pública na Câmara dos Vereadores de Curitiba, em fevereiro, os representantes do movimento O Passeio Público é Nosso não foram mais chamados para dialogar. "Esse modelo de gestão goela abaixo não funciona e frustra as pessoas envolvidas, desperdiçando um grande potencial colaborativo", critica.

A reunião na Câmara, promovida pela Comissão de Urbanismo, reuniu representantes da Fundação Cultural de Curitiba, do Ippuc, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e do grupo informal de artistas que iniciou na internet a mobilização pela revitalização do Passeio Público.

Passados nove meses desde que movimentos espontâneos e a sociedade civil organizada lançaram a ideia de revitalizar o Passeio Público, a prefeitura de Curitiba ainda não deu a luz ao tão aguardado projeto.

No início de julho, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) – responsável pelo plano – havia afirmado que o estudo estava "em fase final de ajustes" e prometia divulgá-lo "em breve". Depois de três meses, o órgão informa que o projeto de requalificação foi concluído, mas ainda não pode ser divulgado. Isso porque, antes, a proposta precisa ser apresentada ao prefeito Gustavo Fruet (PDT). "Assim que isso ocorrer, será feita a divulgação", diz o órgão, por meio da assessoria de imprensa, sem determinar um prazo para isso.

Como as intervenções no Passeio ainda dependem de aprovação do prefeito e as obras devem passar por licitação, a promessa de começar a transformar o parque mais antigo da capital paranaense em um "mini Central Park curitibano" deve ficar apenas para 2014.

Ainda assim, fontes ligadas ao projeto, indicam que, por causa da "concorrência", a intervenção pode não estar no topo da lista de prioridades da administração publica no próximo ano. O calendário da cidade tem eventos fixos, como a programação especial de Natal, a Corrente Cultural, o aniversário da cidade, o carnaval, além da Copa do Mundo, que devem receber atenção especial, com o risco de jogar a execução do projeto do Passeio Público para escanteio.

Sobre as diretrizes gerais da revitalização, o Ippuc informa que o projeto prevê a implantação de um espaço para apresentações artísticas, reforço na segurança, reconfiguração do restaurante local e aproveitamento do espaço como berçário de aves, dentro do sistema de parques e zoológicos da capital. A ideia é reconfigurar o espaço para explorar os potenciais de gastronomia, cultura e lazer.

Na parte cultural, o plano é incluir apresentações musicais, roda de leitura e atividades do Clube de Xadrez da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), além de um museu de fotografia a céu aberto.

Em breve

A prefeitura nega, por meio da assessoria de imprensa, que o projeto tenha ficado parado nos últimos três meses. Nesse período, o projeto teria passado por ajustes e adaptações com todos os órgãos que têm interface com o Passeio Público – Ippuc, FCC, Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Secretaria Municipal do Abastecimento (SMAB) e autoridades ligadas à segurança pública. A prefeitura diz que o prefeito ainda não viu o projeto, que deve ser submetido em breve e ainda pode passar por novas adequações.

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