Rumos que refletem a condição social

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Um dado revelado pela pesquisa pode, em um primeiro momento, preocupar. Da população de jovens da capital entre 18 e 24 anos, em Curitiba, 68% não estudam. Para o coordenador do curso de Pedagogia da Universidade Positivo, professor Carlos Roberto Domingues, várias podem ser as justificativas deste dado e seria preciso fazer cruzamentos de informações para ter um cenário mais próximo do real. "Porém, minha experiência na sala de aula tem mostrado que em determinados cursos e turnos, os estudantes realmente já passaram dos 25 anos". Para ele, alguns fatores podem contribuir para este adiamento em se cursar uma faculdade, por exemplo. "Há uma deterioração da renda, que inviabiliza ao jovem cursar uma faculdade, seja ela particular ou pública. É preciso ter consciência de que uma faculdade pública também tem custos, pois muitos cursos são integrais ou com grades de horários intercaladas ao longo do dia, o que inviabiliza uma atuação profissional em paralelo."

Outras causas revelam ainda a influência da formação familiar, que leva o jovem a optar por investir primeiro na compra de bens, como o carro, e a manutenção da família para, após uma estabilização, voltar a estudar. "Ou ainda, aquele jovem que opta por iniciar a vida profissional e, ao conquistar novo posto que exige melhor qualificação, retorna à escola para ampliar conhecimentos e continuar a ascensão profissional", confirma.

Patricia Sabbag, 20 anos, ilustra uma dessas opções. Aos 17 anos, quando iniciava o curso de Jornalismo em uma faculdade particular, engravidou e casou. Não conseguiu conciliar as atividades de mãe e estudante e adiou a formação educacional. "Foram vários fatores pesaram além da gravidez, como questões financeiras e a própria relação com o pai do meu filho. Mas estou programando minha volta à faculdade para, após a graduação, buscar um emprego, provavelmente em um concurso público, para ter estabilidade."