
Um dos principais indicadores de bem-estar da população, a esperança de vida ao nascer aumentou 11,3 anos no Paraná em um período de 30 anos entre 1980 e 2010. Com 75,3 anos de idade, a expectativa de vida do paranaense é a sétima do país e se encontra acima da média nacional (de 73,8 anos). Os dados constam da pesquisa "Tábuas abreviadas de mortalidade por sexo e idade", divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O estudo também traz outros elementos que denotam avanços em todo o Brasil, como a queda acentuada da taxa de mortalidade infantil e aumento da sobrevida de idosos.
INFOGRÁFICO: Expectativa de vida aumentou em todas as regiões
O mapeamento mostra que os índices mais altos continuam concentrados no Sul e Sudeste. No Paraná, os indicadores melhoraram mais do que em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A mortalidade infantil, por exemplo, despencou 43% por aqui, chegando a 10,8 óbitos por mil recém-nascidos. Ainda assim, os outros estados da região ainda têm taxas melhores que as paranaenses.
"Assim como o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDH-M), os números do IBGE revelam que a vida do brasileiro está melhorando. E o desempenho do Paraná foi muito positivo", resume diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki.
Dentre os elementos que explicam a melhoria dos índices, destaca-se a consolidação de políticas públicas estruturais, que ao longo dos anos se traduziram na ampliação do acesso a serviços básicos. Neste contexto, analistas apontam que a assistência de saúde e a educação tiveram peso maior. "Apesar de críticas da população, o serviço público tem papel determinante neste processo. O acesso aos serviços está mais fácil", observa Suzuki.
Renda
Para os especialistas, houve, de modo geral, um avanço significativo no "padrão de vida" dos brasileiros, puxado pelo aumento da renda familiar. Para o professor de economia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Wilson Mendes Valle, que por 25 anos foi analista de pesquisas do IBGE, programas de transferência de renda têm um papel determinante neste contexto.
"Essas iniciativas garantem o aumento da renda per capita e possibilita o acesso a vários serviços e bens fundamentais, além de manter os recursos em pequenas comunidades", aponta Valle.
Para o professor, um dos maiores desafios é homogeneizar os índices entre as diferentes regiões, tanto em âmbito nacional, quanto estadual. Neste sentido, Valle ressalta a necessidade de descentralizar recursos para as áreas onde há maior carência de infraestrutura. "No Paraná, por exemplo, precisamos de um investimento mais focado no Vale do Ribeira. As políticas devem ser voltadas para equalizarmos os indicadores", diz.



