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Paranaense tem expectativa de vida de 75,3 anos, 1,5 ano acima da média nacional | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Paranaense tem expectativa de vida de 75,3 anos, 1,5 ano acima da média nacional| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Regiões

Nordeste tem avanços mais significativos

Os maiores avanços ao longo das últimas três décadas foram observados no Nordeste do país. A esperança de vida ao nascer, por exemplo, aumentou 13 anos no período, naquela região. Apesar disso, a expectativa de vida de um nordestino é de 71,2 anos, mais de 2,5 anos abaixo da média nacional.

Na mortalidade infantil, o Nordeste conquistou melhoria ainda mais expressiva. Se em 1980, eram registrados 97,1 óbitos para cada mil recém-nascidos, em 2010 o índice chegou a 23 mortes por mil nascimentos – uma queda de 74% no período.

"A melhora nessas regiões foi significativa, até porque tinham resultado bem inferior aos das demais localidades", afirma Fernando Albuquerque, gerente do IBGE. Para ele, o progresso está diretamente relacionado a melhorias na saúde, saneamento básico e a programas de transferência de renda.

Desafios

Dados comprovam o envelhecimento da população

Além do aumento da esperança de vida ao nascer, a expectativa de vida dos idosos também aumentou em todo o país nas últimas três décadas. Um dos indicadores revela que, assim que completa 60 anos, o brasileiro tem, em média, chance de viver mais 16 anos. No Paraná, o índice é um pouco maior: uma pessoa que se torna sexagenária tem expectativa de chegar aos 81,4 anos de idade.

"É um fato importante porque está ligado ao envelhecimento da população. Cada vez mais as pessoas estão chegando a idades mais avançadas. Isso foi de maneira geral", observa o gerente do IBGE, Fernando Albuquerque.

Com o aumento da população idosa, a pirâmide etária do Brasil começa a ganhar contornos parecidos aos de países desenvolvidos. Apesar de esse aspecto ser positivo, especialistas fazem o alerta de que é preciso agilizar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas aos idosos.

A principal preocupação é em relação a um colapso na previdência pública. "Se por um lado estamos vivendo mais, por outro é preciso criar condições para que se mantenha este segmento da população", avalia o professor de economia da UTP, Wilson Mendes do Valle.

Um dos principais indicadores de bem-estar da população, a esperança de vida ao nascer aumentou 11,3 anos no Paraná em um período de 30 anos – entre 1980 e 2010. Com 75,3 anos de idade, a expectativa de vida do paranaense é a sétima do país e se encontra acima da média nacional (de 73,8 anos). Os dados constam da pesquisa "Tábuas abreviadas de mortalidade por sexo e idade", divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O estudo também traz outros elementos que denotam avanços em todo o Brasil, como a queda acentuada da taxa de mortalidade infantil e aumento da sobrevida de idosos.

INFOGRÁFICO: Expectativa de vida aumentou em todas as regiões

O mapeamento mostra que os índices mais altos continuam concentrados no Sul e Sudeste. No Paraná, os indicadores melhoraram mais do que em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A mortalidade infantil, por exemplo, despencou 43% por aqui, chegando a 10,8 óbitos por mil recém-nascidos. Ainda assim, os outros estados da região ainda têm taxas melhores que as paranaenses.

"Assim como o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDH-M), os números do IBGE revelam que a vida do brasileiro está melhorando. E o desempenho do Paraná foi muito positivo", resume diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Eco­nô­mico e Social (Ipardes), Jú­lio Suzuki.

Dentre os elementos que explicam a melhoria dos índices, destaca-se a consolidação de políticas públicas estruturais, que ao longo dos anos se traduziram na ampliação do acesso a serviços básicos. Neste contexto, analistas apontam que a assistência de saúde e a educação tiveram peso maior. "Apesar de críticas da população, o serviço público tem papel determinante neste processo. O acesso aos serviços está mais fácil", observa Suzuki.

Renda

Para os especialistas, houve, de modo geral, um avanço significativo no "pa­drão de vida" dos brasi­leiros, puxado pelo aumento da renda familiar. Para o professor de economia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Wilson Mendes Valle, que por 25 anos foi analista de pesquisas do IBGE, programas de transferência de renda têm um papel determinante neste contexto.

"Essas iniciativas garantem o aumento da renda per capita e possibilita o acesso a vários serviços e bens fundamentais, além de manter os recursos em pequenas comunidades", aponta Valle.

Para o professor, um dos maiores desafios é homogeneizar os índices entre as diferentes regiões, tanto em âmbito nacional, quanto estadual. Neste sentido, Valle ressalta a necessidade de descentralizar recursos para as áreas onde há maior carência de infraestrutura. "No Paraná, por exemplo, precisamos de um investimento mais focado no Vale do Ribeira. As políticas devem ser voltadas para equalizarmos os indicadores", diz.

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