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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Telêmaco Borba - Prefeitura vai contestar dado do órgão

Telêmaco Borba vive um momento de euforia, com a ampliação bilionária da principal empresa papeleira da região. Mas o resultado da contagem da população foi um balde de água fria na prefeitura. Foram contados 65.760 moradores e a expectativa era de 15 mil a mais. O secretário municipal de Governo, André Miguel Sídor Coraiola, afirma que os dados serão contestados.

A cidade é uma das que mais cresce no estado, recebendo pessoas de localidades vizinhas e de estados distantes. "Só nascimentos são registrados 1,2 mil, em média, por ano", diz. Coraiola reconhece que a administração municipal estava esperando um aporte de recursos para fazer frente às despesas que aumentaram com o crescimento da população. O Fundo de Participação dos Municípios, formado pela arrecadação de impostos federais, é repartido para as prefeituras conforme o número de moradores.

Sobre Telêmaco Borba, o superintendente do IBGE no Paraná, Sinval Santos, destaca que vale o local da residência fixa. Então, os cerca de 4 mil trabalhadores temporários que estão na cidade foram contados como moradores em suas cidades de origem. (KB)

Ponta Grossa – O Paraná não é bem do jeito que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calculou. Em uma de cada quatro cidades do estado, a estimativa de população ficou distante da realidade. A divulgação dos dados finais da contagem do IBGE mostra que em 76 cidades o número de habitantes é maior – diferença de cerca de 10%, o que representa o crescimento esperado para uma década. O inverso acontece em 39 municípios, que não cresceram na mesma medida das previsões.

O superintendente do IBGE no Paraná, Sinval Santos, afirma que não há uma margem de erro aceita para as estimativas, que são traçadas com base na população contada em anos anteriores, nas taxas de mortalidade, natalidade e fecundidade e no movimento migratório. Para projeções – que são cálculos mais complexos e que avaliam aspectos da economia local, por exemplo – demógrafos convencionam aceitar a margem de 10%. Para o economista Ricardo Rippel, a grande quantidade de municípios com números muito distantes da realidade é indício de falhas. "Não foi bem feita", acredita Rippel.

Altamira do Paraná e Nova Tebas são os extremos. A primeira é 34% menor do que julgava o IBGE e a segunda é 138% maior. Mas estão juntas, encabeçando o ranking das cidades que mais diminuíram no Paraná nos últimos 11 anos – com redução de 41% e 37%. Os dados de pesquisas anteriores é que levaram o instituto a projetar o futuro. Altamira diminuiu apenas 7 pessoas entre 1996 e 2000, indicando que a tendência era de diminuição gradativa. Já Nova Tebas, à época, entrou para a lista das três cidades que mais estavam perdendo moradores. A queda brusca levou o instituto a prever que a cidade encolheria ainda mais e em ritmo acelerado.

Fundo

A estimativa do IBGE é usada para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). É o recurso que custeia 70% das prefeituras do Paraná, repassado pelo governo federal, conforme o número de habitantes. Muitos dos 76 municípios que apareciam na estimativa muito menores do que realmente são deixaram de receber verba a que tinham direito.

O superintendente do IBGE destaca que o cálculo para estimar a população da RMC foi feito com base no aumento exacerbado que esses municípios tiveram nos anos 90. Com base nisso, Piraquara, como exemplo, que na estimativa tinha 103 mil moradores, ficou com 81 mil após a contagem. "Em tese, essas cidades receberam a mais todo esse período, mas disso os prefeitos não se queixam", justifica-se.

Nem mesmo Guarapuava, que é considerada cidade-pólo, escapou da superestimativa. O IBGE calculou que o município estaria com 169 mil moradores em 2006, mas este ano só encontrou 164 mil. Na condição de 9.ª maior cidade do estado, Guarapuava não estaria acolhendo os moradores que abandonam as cidades pobres próximas. Professor de Economia, Antônio Carlos Cunico Júnior enfatiza que a população que deixa a zona rural não procura Guarapuava porque não há empregos.

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