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O estudante de Direito Thiago Klemtz de Abreu Pessoa, 19 anos, foi morto na madrugada de domingo (16) na saída de uma festa na Sociedade Harmonia, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Ele foi ferido com dois tiros no tórax e um na cabeça por volta das 5 horas na Alameda Júlia da Costa, cerca de uma quadra do clube. O policial militar Omar Assef Junior, de 23 anos, foi preso em flagrante. A polícia ainda não sabe o que teria motivado o crime.

De acordo com o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, da Delegacia de Homicídios, o PM se apresentou na delegacia na manhã de domingo. O PM contou ao delegado que estava no clube com amigos, quando foi informado de que havia uma confusão do lado de fora. No depoimento, Omar afirmou que quando foi intervir na briga uma pessoa armada teria o ameaçado. Ele então teria efetuado diversos disparos que acabaram atingindo o estudante.

Segundo o delegado, dez pessoas que estavam no local no momento dos tiros já foram ouvidas. O depoimento das testemunhas, porém, contradiz a versão do policial. Elas contaram que viram o PM atirando em Thiago que caiu na grama, próximo ao meio fio. O soldado teria se aproximado, ainda segundo os depoimentos, e efetuado mais dois disparos.

Oliveira esteve no Instituto Médico Legal (IML) e no Instituto de Criminalista para acompanhar a perícia. Os ferimentos, segundo o delegado, parecem ter sido feitos por uma arma ponto 40, mesmo calibre da pistola do PM. "O tiro que atingiu a cabeça de Thiago entrou num ângulo de cima para baixo, o que significa que ele não teve chance de se defender", disse.

Confusão

Testemunhas contaram ao delegado que Thiago e um grupo de amigos foram expulsos da festa depois de uma confusão. O grupo, que tinham entre cinco e oito pessoas, aparentemente embriagados, agrediu um dos seguranças da casa noturna. Depois de serem expulsos teriam começado a atirar pedras no telhado do clube.

A polícia ainda não sabe se o crime foi em razão da confusão dentro da casa noturna ou se houve outro desentendimento do lado de fora. "Ainda não sabemos se o soldado tinha algum amigo entre os seguranças e tomou as dores ou se simplesmente foi interferir", disse.

A polícia recolheu dez cartuchos de pistola ponto 40 no local. A arma funcional do PM foi apreendida para exame de balística com o projeteis retirados do corpo de Thiago. Omar foi entregue ao Comando da Polícia Militar.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou, em nota, apenas que o soldado estava em horário de folga e "acabou envolvendo-se no episódio, ocorrido entre os frequentadores, já ao lado de fora do estabelecimento". A PM ressaltou que os fatos ainda serão apurados pelo inquérito policial civil e que o policial está à disposição da Justiça.

A reportagem da Gazeta de Povo está tentando ouvir os proprietários do estabelecimento.

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