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| Foto: Josue Teixeira/Gazeta do Povo

A estudante Graziela, de 22 anos, que denunciou caso de abuso dentro da linha Centenário-Campo Comprido na semana passada, descreveu o agressor para a elaboração do retrato falado do suspeito. Graziela relata que sofreu abuso de um homem de cerca de 50 anos que aproveitou a lotação do veículo para se aproximar dela.

Na sexta-feira (8), a estudante foi até a Delegacia da Mulher acompanhada da mãe e da secretária municipal da mulher, Roseli Isidoro. Lá, permaneceu por cerca de uma hora, onde contou os detalhes do abuso que sofreu à delegada titular da Delegacia da Mulher em Curitiba, Sâmia Coser.

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De acordo com a delegada, o retrato falado será utilizado na investigação do caso. “Caso a Polícia se depare com um homem com características parecidas numa situação semelhante a vivida por Graziela, ele será encaminhado para a delegacia e a estudante será chamada para um reconhecimento”, disse Sâmia.

A delegada afirmou que outro caso parecido foi registrado durante a semana, mas que o agressor seria mais jovem do que o descrito no caso da estudante. A vítima, no outro caso, não quis registrar um Boletim de Ocorrência por medo de encontrar o homem novamente, já que pega o mesmo ônibus sempre no mesmo horário.

Contravenção difícil de punir

A delegada recomenda que, caso passe por esse tipo de abuso,é importante que a mulher relate na hora, chamando atenção dos passageiros do ônibus, do motorista ou de quem estiver na rua, além das autoridades policiais. “Isso é importante porque, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica de identificar o agressor”, afirmou.

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Apesar deste tipo de abuso ser recorrente, não se trata de um crime e sim de uma contravenção penal. Caso do agressor seja identificado, será elaborado um termo circunstanciado e aplicada uma multa. Sâmia vê a necessidade de uma atualização legislativa para que este tipo de abuso seja punido de forma mais efetiva. “Chega a ser um desaforo para a mulher, relatar, se expor e ver o agressor sair com uma multa”, opina.

Mesmo assim, a delegada afirma que a denúncia deve ser feita para que a delegacia tenha conhecimento dos casos, porque, na maioria das vezes, esse tipo de abuso é cometido pelo mesmo homem mais de uma vez. “É muito comum que o agressor pratique o abuso mais de uma vez e da mesma maneira. Com várias denúncias, é mais fácil identificá-lo”, comenta.

Debate sobre o abuso

Para Graziela, será muito difícil identificar e punir o homem responsável pelo abuso, mas espera que mais mulheres tomem uma atitude diante de situações como essa. “Acredito que o debate é importante e que mais mulheres registrem esses abusos diários. Com estatísticas, é mais fácil que saibam que este tipo de abuso acontece e tomem uma atitude contra isso”, afirmou.

A estudante disse que, após denunciar o abuso das redes sociais, foi difícil lidar com as mensagens que a agrediam ainda mais por sua atitude. O apoio dos amigos e amigas que a conhecem, porém, foi mais importantes para ela. “Foi difícil ler tanta gente me agredindo, gente que nem me conhece. Mas o apoio dos meus amigos foi mais importante para tentar superar o que aconteceu”, desabafou.

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