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Até agora, o uso de efeitos pirotécnicos em ambientes fechados era uma prática razoavelmente comum, inclusive em Curitiba – em apresentações de DJs e bandas ao vivo, mas também em comemorações de aniversário e para sinalizar a venda de bebidas caras (quem nunca viu garçons desfilando com garrafas de champanhe flamejantes nas casas mais luxuosas da cidade?). O impacto visual é realmente impressionante.

Em qualquer loja de fogos de artifício é possível comprar diversas opções de artefatos "indoor" – confeccionados especificamente para espaços internos. Eu mesmo já usei um desses dispositivos – em 2011, no show de cinco anos da minha banda, a DeLorean. Era uma ocasião especial, numa casa noturna grande, e eu quis "incrementar" a nossa performance para o DVD que estávamos gravando. Já tinha visto outros grupos usarem o recurso, sem qualquer problema.

Comprei o tal artefato indoor (bem menos potente do que o utilizado pela banda de Santa Maria) numa loja de fogos comum, e pedi à vendedora orientações detalhadas sobre a instalação e o acionamento seguros. A casa onde nos apresentamos é enorme, tem um pé direito de mais de seis metros de altura e – aparentemente – nenhum material que propagasse chama no local onde foi instalado o equipamento.

Mesmo assim, na hora em que íamos acionar o dispositivo, uma garota alcoolizada se aproximou perigosamente de onde subiriam as faíscas – tanto que eu tive que insistir várias vezes ao microfone para que ela se afastasse. Felizmente, correu tudo bem – inclusive o artefato instalado próximo de onde estava a menina nem funcionou.

Depois da tragédia no Rio Grande do Sul, porém, ainda que fosse permitido e se obedecessem todas as normas de segurança, ninguém mais deve usar esse tipo de recurso em ambientes fechados. A beleza do espetáculo não compensa o risco – e provavelmente o público também não vá achar a menor graça.

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