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A ex-chefe do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Elma Romanó, ficará ao menos mais uma semana presa no Centro de Triagem (CT), em Curitiba. Segundo informações da Gazeta do Povo desta terça-feira (13), o pedido de habeas corpus só será analisado no dia 22. As sessões da 2.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná são realizadas às quintas-feiras, que nesta semana coincide com o feriado da Proclamação da República. Elma está presa desde o dia 26 de outubro, suspeita de integrar um esquema de venda de autorizações ambientais para o corte de 36 mil araucárias.

Na segunda-feira (12), Elma escreveu uma carta na cela X18 do CT. Na carta endereçada à imprensa, a ex-chefe agradece os apoios que vem recebendo e se diz vítima de uma injustiça. "Estar aqui é estar morrendo aos poucos. Todos os sonhos e esperanças paralisam-se", relata. Segundo ela, a disciplina militar, aprendida com o pai, oficial da reserva das Forças Armadas, está ajudando a suportar os dias na prisão.

Elma reforçou mais uma vez que foi autora das denúncias nas quais acabou envolvida. "Por estas coisas me envergonho de um país que se diz democrático e livre, onde a palavra do bandido vale mais do que a de quem tem uma história em defesa das causas ambientais e um passado íntegro", afirma. A ex-chefe lamentou não estar ao lado do filho de 17 anos, que presta vestibular, e agradeceu integrantes de organizações não-governamentais que criaram um comitê em sua defesa.

O delegado que conduz as investigações, Francisco Caricati, rechaça qualquer insinuação de falta de provas a respeito do envolvimento de Elma. "Tem coisas que só ela poderia fazer", afirma. O delegado reconhece, no entanto, que nenhuma das pessoas que prestaram depoimentos disse ter conversado diretamente com ela sobre a negociação. "Isso era feito por intermediários." Caricati afirma estar com a consciência tranqüila e diz que não seria leviano de acusar sem fortes indícios. E acrescenta que o Ministério Público e Justiça, ao concordarem com a prisão, também entenderam que houve participação.

"Ela autorizou desmates que não eram da atribuição dela. Como uma área com 22 mil pinheiros, em Jaguariaíva, que foi fragmentada para não passar pela Câmara Técnica do IAP", conta. Caricati ressalta ainda que uma denúncia de desmate em Ipiranga desencadeou a investigação sobre o corte de araucária com autorização do órgão ambiental. A investigação foi comandada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

O advogado de Elma Romanó, Dálio Zippin Filho, argumenta que ela não tem antecedentes criminais e que pode responder ao processo em liberdade.

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