O policial militar aposentado e advogado Mizael Bispo de Souza afirmou que sua defesa entregará à Polícia Civil na terça-feira (27) o nome e a foto de um homem que poderia ter relação com a morte da ex-namorada Mércia Nakashima. Mizael recebeu duas cartas uma em casa e outra em seu escritório com a identificação, a imagem e o endereço deste suposto envolvido com o crime, que moraria em uma cidade do ABC. Para a investigação, no entanto, Mizael continua sendo o principal suspeito pelo assassinato da advogada. Ele alega inocência e nega a acusação.
As cartas postadas por uma mulher em uma agência dos Correios do Central Plaza Shopping afirma que o homem seria o culpado pelo homicídio de Mércia sem, contudo, apontar que motivos ele teria para praticar o crime.
"Nunca ouviu falar deste cara, que teria procurado para Mércia para que ela o pudesse defender. Pelo menos até setembro nunca ouvi falar dele. De setembro para cá, desconheço os clientes dela, seus passos profissionais. Então, vou mandar para investigar", disse Mizael ao G1.
O advogado do suspeito, Samir Haddad Júnior, afirmou que as cartas serão entregues na terça ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "Vou protocolar o material para que a polícia apure essa suspeita", disse o defensor.
Segundo Mizael, durante o tempo em que namorou Mércia e que foi sócio dela em um escritório de advocacia em Guarulhos, na Grande São Paulo, a advogada chegou a recusar algumas causas trabalhistas, o que teria gerado a insatisfação de quem a procurou. Contudo, ele considerou a reação dessas pessoas como algo normal, não relatando nenhum caso de ameaça à advogada.
"Não quero deixar isso sem investigar. Alguém mandou uma correspondência para a minha casa e para meu escritório. Pode ter algo nisso ou pode ser só alguém querendo prejudicar outra pessoa", diz Mizael.
Mizael e o vigia Evandro Bezerra Silva já foram indiciados pela polícia por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Assim como o ex, o vigilante nega o crime. Apesar disso, Evandro chegou a acusar Mizael de ter matado Mércia por ciúmes em 23 de maio numa represa em Nazaré Paulista, no interior do estado de SP. Também contou que ajudou o criminoso na fuga, ao dar carona para ele. Mas depois afirmou em carta ao G1 que essa versão era mentirosa e que ele a deu sob tortura, que teria sido praticada pela polícia de Sergipe.
O corpo de Mércia foi localizado em 11 de junho na represa. Um dia antes, o veículo dela havia sido encontrado submerso no mesmo local. O DHHP deverá concluir nesta semana o inquérito que será remetido ao Ministério Público e a Justiça de Guarulhos.
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