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Tragédia do voo 447

Explicação para queda de Airbus está perto, diz França

Diretor de escritório responsável por investigar acidente com aeronave diz estar próximo do objetivo. Maior dificuldade é a falta das caixas-pretas

Peça do Airbus encontrada pelas equipes de resgate da Marinha brasileira: provavelmente parte do local onde se guardam as refeições | Marinha do Brasil
Peça do Airbus encontrada pelas equipes de resgate da Marinha brasileira: provavelmente parte do local onde se guardam as refeições (Foto: Marinha do Brasil)

São Paulo - Os investigadores que analisam as causas do acidente com o avião que fazia o voo 447 da Air France disseram ontem que cerca de 400 restos da aeronave foram encontrados, mas ainda não se sabe onde estão as caixas-pretas. O diretor do Escritório de Investigação e Análise francês (BEA), Paul-Louis Arslanian, disse que a investigação "se aproxima do objetivo’’ de compreender o que aconteceu e encontrar as causas do acidente.

"Não digo que será um trabalho fácil, mas afirmo que fazemos o máximo. Dado o trabalho feito até agora, acho que estamos nos aproximando do objetivo’’, afirmou. Arslanian afirmou que a atual prioridade dos investigadores é localizar as caixas-pretas do Airbus. Os emissores de sinais sonoros do equipamento deixam de funcionar 30 dias após o acidente, que aconteceu no último dia 31.

"Fazemos o melhor possível e é muito difícil. Estamos fazendo o máximo para recuperar tanto os registros de voo como os corpos. Não podemos dizer atualmente em que teremos êxito’’, disse. Para Arslanian, "é quase certo que o avião não poderá ser recuperado por inteiro’’.

O diretor do BEA lembrou informou que o órgão ainda não recebeu os resultados dos exames periciais feitos no Brasil com os corpos recuperados no mar. Ele assegurou que legistas franceses participaram dos trabalhos, mas a presença do médico especialista enviado pelo BEA não foi autorizada.

Caixa-preta e destroços

Segundo o BEA, as buscas às caixas-pretas do Airbus ocorrem em uma zona de 80 quilômetros de raio. Nessa região trabalham dois rebocadores equipados com sensores acústicos emprestados pelas Forças Armadas dos Estados Unidos e o submarino nuclear Emeurade.

Arslanian afirmou que as caixas-pretas podem estar em uma profundidade muito grande ou em uma das colinas do sistema montanhoso submarino existente na região.

Segundo o diretor do BEA, caso os sinais sonoros não sejam detectados, "as esperanças de encontrar as caixas-pretas e o avião cairão muito’’. De acordo com Arslanian, suas equipes trabalham na análise dos restos do avião encontrados, reunidos em um hangar do Recife.

Indenizações

A Air France teria começado a indenizar as famílias francesas nesta semana, de acordo com a Associação para a Verdade e pela Defesa do Direitos das Vítimas do voo AF 447. A associação, criada na última sexta-feira, agrupa 45 famílias de passageiros franceses do Airbus A-330 acidentado na madrugada do último dia 1º de junho.

De acordo com informações fornecidas pelo coordenador da associação ao jornal L’Humanité, Christophe Guillot-Noël, um adiantamento de 17,6 mil euros (R$ 48,3 mil) já estaria disponível para algumas das famílias. Ele não adiantou, porém, nem quando nem quantas pessoas foram beneficiadas. O valor corresponde a uma parcela inicial da indenização total à qual os parentes têm direito, de no mínimo 109 mil euros. Fatores como a vítima ser a provedora da família podem aumentar essa quantia. Desde terça-feira, a reportagem tenta localizar Guillot-Noël, mas ele não atende ao celular nem retorna às ligações.

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