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Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.| Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

“Junho de 2013, com o menor índice de desemprego de sua história e prestes a se tornar uma grande potência mundial, o Brasil é tomado por protestos incitados nas redes e nos veículos de mídia controlados pelos EUA”.

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O post no Twitter, de janeiro de 2022, não é isolado: nas redes sociais, com a aproximação das eleições de 2022, mentiras sobre os 14 anos de governos do Partido dos Trabalhadores (PT) começam a viralizar com rapidez. Entre páginas simpatizantes do partido, as mensagens já estão disseminadas. E formam uma narrativa segundo a qual o período em que o partido governou foi marcado por crescimento econômico e prosperidade, até que um suposto complô de políticos e líderes aliados aos Estados Unidos teria derrubado a então presidente Dilma Rousseff em 2016.

Ainda segundo essa narrativa, Dilma teria sofrido impeachment depois de se recusar a liberar acesso de corporações americanas à camada pré-sal de petróleo. Até mesmo o ex-juiz Sergio Moro seria um enviado da CIA, a mais conhecida das agências de inteligência dos Estados Unidos.

Confira agora três alegações disponíveis nas redes sociais simpatizantes do PT e saiba se elas têm alguma conexão com a realidade.

1. Oscilações no desemprego

Um texto muito compartilhado nas últimas semanas, intitulado “Histórica linha do tempo até a destruição do Brasil”, sugere que os Estados Unidos interferiram no Brasil tanto quanto no Iraque, país que foi invadido em 2003. E pelo mesmo motivo: controlar a produção de petróleo. O conteúdo afirma que, em 2013, o Brasil apresentava “o menor índice de desemprego do mundo, 4,3%”. Também relata que “milhares de estrangeiros migram para o Brasil em busca de emprego”.

Na verdade, o Brasil não tinha a menor taxa de desemprego do mundo. O Japão, por exemplo, o índice estava em 3,9%. Nem há relatos de milhares de estrangeiros migrando para o país em busca de oportunidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo do período de governos do PT, entre 2002 e 2016, a taxa de desemprego oscilou de 12,3% em 2003, para 4,8% em 2014, e depois 11,5% em 2016.

Para quem cita a inflação para elogiar a suposta bonança dos anos Dilma, é sempre bom lembrar que, em 2015, sem pandemia, o índice foi de 10,67%. E que, assim que a presidente foi afastada, o indicador caiu para a faixa de 2 a 4%, entre 2017 e 2020.

2. A morte de Eduardo Campos

“Aécio estava em terceiro nas pesquisas e de repente o superjato biturbinado Cessna cai, mata Eduardo Campos e a vice da chapa passa a apoiar Aécio que vai ao segundo turno”, afirma o texto. A sugestão de que a queda do avião de Campos em Santos (SP) teria sido provocada não tem amparo nas investigações, que indicaram que o incidente foi resultado de falha humana e condições de operação inapropriadas.

Quanto à “vice da chapa”, Marina Silva, a ex-ministra do governo Luís Inácio Lula da Silva só apoiaria Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Ela, que era candidata a vice de Eduardo Campos e por pouco não entrou no avião que caiu, assumiu a candidatura a poucas semanas da votação.

Marina foi alvo de uma campanha de fake News do PT que o ministro Luiz Fux, em seu último dia como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018, caracterizou da seguinte forma: “A capacidade de viralização, de massificação de fake news, causa o derretimento de uma candidatura, e depois é absolutamente irrecuperável”.

A candidata, que estava bem posicionada nas pesquisas, sentiu o golpe e acabaria o primeiro turno na terceira colocação. Em 2018, ela comentou: “As eleições de 2014 foram uma fraude. Uma fraude praticada pelos partidos que usaram dinheiro do caixa 2, que abusaram do poder econômico e da violência política”.

3. Sergio Moro espião?

É comum entre as publicações eleitorais de seguidores do ex-presidente Lula a alegação de que Sergio Moro agiu como agente da CIA. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já afirmou: “Os Estados Unidos fazem guerra com o mundo por petróleo, invadem países, matam. Aqui, não. Só precisaram do Moro, que foi treinado no Departamento de Justiça norte-americano para fazer o desmonte de uma das maiores empresas do mundo”.

Não há nenhuma indicação de que Moro, agora pré-candidato a presidente, tenha recebido treinamento da CIA. Esses boatos começaram em 2009, quando o então juiz participou, no Rio de Janeiro, de uma conferência sobre lavagem de dinheiro envolvendo integrantes de forças policiais de diferentes países. Quanto à Petrobras, a Operação Lava Jato identificou que as irregularidades na empresa, identificadas no governo PT, podem ter chegado a R$ 42,8 bilhões. a empresa divulgou, em seu relatório financeiro, ter perdido R$ 6,2 bilhões.

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