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Sem chuvas no horizonte, os níveis dos principais reservatórios de água que abastecem Curitiba e região metropolitana continuam baixando. "Não há qualquer indício de chuva pelo menos até sexta-feira", informa Cézar Duquia, meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar. A barragem do Rio Iraí, de onde vem 45% da água fornecida aos curitibanos, por exemplo, baixou mais 1% de seu volume total na última semana (veja quadro). Ao menos por enquanto, no entanto, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) não faz nenhuma previsão para o início de um racionamento de água na capital.

De acordo com a assessoria de imprensa da Sanepar, seus técnicos continuam monitorando a situação e medidas operacionais vêm sendo tomadas para que se evite o racionamento. Uma dessas medidas é a rotatividade no uso dos reservatórios. Ontem, por exemplo, a barragem do Iraí foi fechada enquanto a do Piraquara era aberta.

Se lá em cima os céus não andam fazendo a sua parte, cá embaixo são as pessoas que não vêm colaborando suficientemente para a melhora da situação. De acordo com a Sanepar, que há cerca de um mês iniciou uma campanha de conscientização para a necessidade da economia de água, a população de Curitiba reduziu o consumo em 8,37%, mas a meta era baixar em 20%. "O risco de racionamento existe. A gente vem fazendo a nossa parte e a população tem de fazer a dela", diz Antônio Carlos Gerardi, gerente da Sanepar em Curitiba e na região metropolitana.

Essa falta de comprometimento com a situação, no entanto, não é generalizada. Os moradores do Conjunto Residencial Itália, no bairro do Portão, por exemplo, anteciparam-se à Sanepar e estão promovendo seu próprio racionamento de água. Em dois dias na semana, das 8 às 20 horas, é cortado o abastecimento de água no banheiro da suíte e na lavanderia de cada dos 178 apartamentos do condomínio. Juntos, eles gastam pouco menos de 3 mil metros cúbicos de água por mês. "Começamos no dia 11 o nosso racionamento. Ainda não temos a conta para saber o quanto economizamos, mas as caixas d’água estão cheias", diz a síndica Lázara Regina Machado.

Alguns comerciantes também estão fazendo sua parte. Andréia Oliveira, funcionária de uma empresa especializada em pintura e limpeza de fachadas, conta que, ao menos por enquanto, a segunda atividade foi deixada de lado. "Vínhamos lavando algumas fachadas, mas, com a necessidade de economia de água, conversamos com os condomínios e paralisamos as lavagens até o perigo de racionamento acabar."

Interior

Já no interior do estado, a situação do abastecimento piorou significativamente apenas em Medianeira. Em notícia divulgada pela agência estadual, o gerente regional da empresa em Medianeira, Sérgio Caimi, diz que a vazão do Rio Alegria, que abastece o município, diminuiu 20% apenas na última semana. Desde o início da estiagem, o volume do rio está 60% menor. A Sanepar tentou perfurar poços artesianos, mas não encontrou vazão suficiente. Três poços estão sendo perfurados na área rural. Se a população não reduzir o consumo de água dentro dos próximos 10 dias, entretanto, o racionamento é praticamente inevitável.

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