Uma criança, uma mulher e três homens precisaram ficar quatro horas de topo de árvores esperando por resgate de helicóptero depois que a casa onde moravam em Saudades, no interior de Santa Catarina, foi levada pela enchente.
Fortes chuvas atingem o Sul do país desde segunda-feira (13), com saldo de três mortos e 79 feridos em Santa Catarina e Paraná. Somente no Paraná, o número de atingidos por chuvas, vendavais e tornados subiu para 24,6 mil. Ao menos dois tornados atingiram o estado. Os ventos ultrapassaram 200 km/h.
No resgate ocorrido em Saudades (SC), as imagens foram gravadas pela equipe de salvamento da Polícia Civil por volta das 11 h da terça-feira. Quatro horas antes, a casa da família havia sido levada pela enxurrada. A única saída dos cinco moradores, incluindo uma criança por volta de dez anos de idade, foi se abrigar no topo de árvores à espera do socorro.
As equipes do Corpo de Bombeiros dos municípios próximos tentaram o resgate por terra e com a ajuda de botes, mas não conseguiam acesso ao local onde os cinco estavam. A solução foi acionar o helicóptero do Serviço Aeropolicial de Fronteira da Polícia Civil (Saer-Fron) por volta das 8h30, mas, devido ao mau tempo, a aeronave só conseguiu decolar mais de duas horas depois da base em Chapecó, a 70 quilômetros de Saudades.
“Conseguimos decolar por volta das 10h40, somente quando o tempo abriu. Fizemos o resgate que durou em torno de 30 minutos”, conta o delegado Ricardo Casagrande, que deu auxílio por terra à aeronave. “Foi uma brecha no mau tempo, porque logo em seguida já precisamos pousar a aeronave em um local próximo, pois não havia mais condições de voo”.
O resgate
Pelas imagens gravadas pela equipe, divulgadas na noite desta quarta-feira (15), o helicóptero usou os primeiros minutos para fazer o reconhecimento da área e estudar a melhor maneira de salvamento.
Para garantir a segurança das vítimas e da tripulação, as vítimas precisaram descer de cima das árvores.
Os pilotos Alexandre Kaida e Marcos aproximaram então o helicóptero a um metro da água. O tripulante Cleber Fossá puxava as pessoas uma a uma, primeiro a criança, depois a mulher e por último os três homens.
“Cada um deles era levado a um terreno próximo, onde estavam familiares e amigos e também onde eu e o tripulante Borges prestávamos apoio”, conta Casagrande. Em um dos vídeos é possível ver que um dos homens agradece a equipe, com um aperto de mão, um “obrigado” e um sorriso no rosto.
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