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O presidente da Associação de Familiares de Vítimas do Voo 447, Nelson Faria Marinho, não viu grande novidade no relatório divulgado nesta sexta-feira (27) com informações sobre o acidente com o Airbus A-330. "Esse documento fala muita coisa e não diz nada. Não é novidade que o pitot deu defeito. Saber que a queda ocorreu em três minutos e meio não muda nada", afirmou. "O que vai valer é o relatório final", acrescentou.

Marinho, que perdeu o filho Nelson no acidente, insiste para que o conteúdo da caixa preta seja avaliado por técnicos de um país neutro, para garantir a isenção do relatório. Ele já pediu, mas ainda não foi concedida, uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para cobrar maior participação do Brasil na investigação. "O Tratado de Chicago garante que o País mais perto do local do acidente participe da investigação. Se o Brasil estivesse presente, não levariam a caixa preta", afirmou.

Já Maarten Van Sluys, irmão da funcionária da Petrobrás Adriana, que estava a bordo, critica o caráter inconclusivo do documento divulgado, já que não aponta os responsáveis pelo acidente. E disse que o relatório demonstra uma preocupação do BEA de não culpar os pilotos. "Recebi e-mail de um dos líderes do sindicato dos pilotos da ativa na França e ele já me dizia ontem que havia um alerta muito sério de que haveria represália se os pilotos fossem responsabilizados no relatório", disse.

Para a jornalista Renata Mondelo Mendonça, que perdeu o marido, o engenheiro da Vale Marco Antonio Mendonça, o dia foi de angústia. "O relatório tem conversas cortadas. Talvez tenham tentado preservar as famílias para a gente não imaginar o desespero e o horror que eles passaram. Mas o avião caiu em três minutos e meio; a cabine não despressurizou. O que para a gente é desesperador é saber que eles sentiram que o avião estava caindo", resumiu.

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