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Manifestantes colocaram lonas e colchões na Rua Clóvis Bovin, no Tatuquara: Guarda Municipal monitora o acampamento | André Rodrigues/ Gazeta do Povo
Manifestantes colocaram lonas e colchões na Rua Clóvis Bovin, no Tatuquara: Guarda Municipal monitora o acampamento| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Cadastro

Companhia aceita negociar desde que não ocorram mais invasões

A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) explicou ontem, por meio de nota, que pode fazer o cadastramento das famílias que participam do movimento no Moradias Cerâmica, desde que elas não voltem a ocupar as unidades. "Com o cadastro, será feito estudo caso a caso para verificar a necessidade de atendimento. As situações consideradas críticas poderão, neste caso, ser incluídas em projetos futuros da Cohab", diz o texto.

A Cohab ainda explica que todas as 194 casas do conjunto estão destinadas para famílias que também estavam em 28 áreas de risco da capital. Até terça-feira, 73 famílias já haviam se mudado. A companhia afirma que vai tentar terminar as mudanças até sábado.

Essas casas foram construídas em parceria com a Caixa Econômica Federal, com recursos do Minha Casa, Minha Vida.

Segundo a assessoria da Cohab, famílias com renda até R$ 1,6 mil por mês têm direito de participar de sorteios para antecipar a conquista da moradia. Acima deste valor, as famílias são escolhidas por ordem de inscrição. (DR)

Um grupo de 41 famílias está acampado no meio da Rua Clóvis Boving, dentro do conjunto habitacional Moradias Cerâmica, no bairro Tatuquara, em protesto contra a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab). As cerca de 100 pessoas, entre elas 30 crianças, prometem ficar no local até conseguirem um lugar para morar. O grupo chegou a invadir 131 residências no conjunto na quinta-feira passada após pegar as chaves das casas na sede da construtora responsável, localizada na mesma área. Na tarde desta terça-feira, a Guarda Municipal desocupou as casas, sem registro de violência. Ontem à tarde, o grupo prometia invadir mais uma casa para abrigar as crianças.

De acordo com a representante do grupo, Luzia Andrade, 40 anos, os manifestantes são de uma área de risco, às margens de um córrego, chamada Vila Bela Vista da Ordem, também no Tatuquara. Eles afirmam ter se cansado de aguardar a Cohab para resolver o problema de moradia. A reportagem apurou que há moradores de outras áreas de risco de Curitiba, como o Jardim Pantanal. As famílias já passaram quatro noites no local, duas delas com chuva.

Segundo Luzia, a ideia inicial não era invadir a área. "Quando chegamos aqui, os sobrados estavam sendo depredados por adolescentes que não eram moradores. A gente viu as portas arrebentadas e entrou", afirma.

A Guarda Municipal monitora o protesto e garante que permanecerá na vila até que todas as casas sejam ocupadas pelas famílias registradas pela Cohab.

Espera

Marizete Morais, 30 anos, trabalha como empregada doméstica e afirma estar aguardando uma casa da Cohab há dez anos. "Morava na Vila Nova, no Jardim Pantanal, e não tenho onde morar", conta. Ela tem dois filhos, de 9 e 10 anos. Marizete explica que sempre procura a companhia para checar a possibilidade de ser contemplada. "Estou aqui para ver se consigo a minha casa". A assessoria de imprensa da Cohab não encontrou o nome de Marizete na lista de espera, mas prometeu verificar novamente nesta quinta-feira.

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