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Casas e veículos atingidos ainda estão cobertos com lonas onze dias após acidente aéreo | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Casas e veículos atingidos ainda estão cobertos com lonas onze dias após acidente aéreo| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Passageiro segue internado

O sobrevivente da queda do avião próximo ao Aeroporto do Bacacheri, o pernambucano Hélio Corrêa, ainda está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), o quadro dele ainda é grave, mas estável. Ele passou por uma cirurgia após sua entrada no hospital, mas pode passar por um novo procedimento cirúrgico ainda esta semana caso a equipe médica responsável avalie ser necessário.

Cenipa não tem prazo para concluir investigação

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), não tem prazo para concluir as investigações sobre as causas da queda do monomotor. Uma equipe, que veio de Porto Alegre (RS), esteve em Curitiba após o desastre, mas os trabalhos seguem em andamento.

De acordo com a assessoria de imprensa da FAB, a investigação é sigilosa, para que não se atrapalhem os trabalhos. A equipe que esteve em Curitiba, segundo a FAB, já realizou perícias e entrevistas para compor um relatório formal. O prazo, entretanto, depende da complexidade do acidente aéreo. O intuito da investigação, explica a FAB, é a prevenir que ocorram outros acidentes com aviões do mesmo tipo.

A casa da artesã Varlete Polli, moradora do bairro Bacacheri, em Curitiba, que teve a residência atingida pelo avião Cessna C-177, que caiu no local no dia 30 de agosto, ainda está com lona sobre boa parte do teto. Tijolos e telhas ajudam a segurar o tecido para que a água da chuva não entre na casa. O carro da moradora está coberto com plástico e panos para os estragos. Assim como Varlete, outras duas famílias que moram na Rua Nicarágua esperam há onze dias uma resposta sobre o ressarcimento dos danos causados pela queda da aeronave.

Com o acidente - que matou três pessoas e deixou uma ferida – além dos estragos na residência, o automóvel da moradora teve vários danos e está inutilizado. "Dois mecânicos já vieram ver o carro e disseram que deu perda total. Eu preciso dele para trabalhar, para ir até Almirante Tamandaré (Região Metropolitana de Curitiba). Agora dependo de carona e ajuda de amigos", conta.

Da mesma forma, após o acidente Varlete contou com os vizinhos e amigos para reparar, de forma provisória, os danos causados pelo monomotor que explodiu na tarde do dia 30 de agosto sobre as três residências. "Nem a seguradora nem o dono do avião vieram para ver os estragos. Estamos em uma situação de abandono porque ninguém vem nos dar satisfação", reclama.

Ao lado da casa da artesã, a família de Alexander Martins Fernandes também aguarda o ressarcimento. O telhado foi danificado e o carro não funciona após partes do avião atingirem o veículo. "O maior problema é o do carro, porque meu pai precisa dele para trabalhar", diz Fernandes.

Danos internos

A ausência de resposta também incomoda os vizinhos da casa em frente a de Varlete. Os aposentados Amil Santos do Rosário e Maria José do Rosário não dormem mais no quarto que ocupavam antes do acidente aéreo. O forro, o armário e as roupas do cômodo ficaram queimados. Onze dias depois do acidente, o cheiro de queimado ainda é forte na casa.

No momento do acidente, a porta da frente da residência também ficou danificada e precisou ser substituída. Os sinais de fumaça ainda estão na parede da frente da residência e duas janelas permanecem sem vidros. A família já entrou em contato com o responsável pela aeronave e com a seguradora e agora aguardam um retorno. "Disseram para nós que ninguém vai ter prejuízo, mas não recebemos nenhuma visita. Alguém já deveria ter nos procurado".

A reportagem tentou contato com o empresário responsável pela aeronave, mas ele informou que não poderia responder aos questionamentos nesta quarta-feira (10) e que atenderia à imprensa na manhã desta quinta-feira (11).

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