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desocupação no Guarituba

Famílias se recusam a deixar escola em Piraquara

Prazo para as 50 famílias que não tinham para onde ir deixar a escola municipal onde estão alojadas venceu no domingo. Cerca de 850 alunos estudam no local

Cerca de 50 das 350 famílias que viviam na área de proteção ambiental desocupada na última semana no bairro Guarituba, em Piraquara, se recusam a deixar a escola municipal onde foram temporariamente alojadas. Como elas não tinham para onde ir, foram levadas para a Escola Municipal Henrique de Souza, onde poderiam ficar até o meio-dia de domingo (5). Segundo a secretária de Educação de Piraquara, Loireci Dalmolim de Oliveira, elas informam que não vão deixar a quadra de esportes onde estão enquanto não tiverem um lugar certo para morar.

As famílias estão na quadra de esportes e não têm permissão para passar para o lado da escola. Um muro separa a ala da área onde ficam os cerca de 850 alunos que estudam no local. O portão que dá acesso à quadra está trancado e a prefeitura deslocou servidores para atuarem como vigias e garantir a segurança dos alunos. A escola municipal atende a alunos do 1.º ao 5.º ano do Ensino Fundamental, suspendeu as aulas na semana passada e está retomando as atividades nesta segunda-feira (6). Ainda restam 16 dias letivos para os estudantes.

Segundo Loireci, as famílias não têm um novo prazo para deixarem a quadra. Uma reunião que aconteceria nesta segunda-feira (6) entre representantes da prefeitura e do movimento que invadiu a área têm uma reunião com a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), foi cancelada. O encontro seria para analisar quais as possibilidades de incluir essas famílias nos programas habitacionais previstos para a região.

De acordo com o prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha, o município não tem muitas opções para abrigar estas famílias. "Infelizmente não temos área disponível para abrigar estas famílias, principalmente porque Piraquara é um município com 93% do território protegido por ser de reserva natural", explicou.

Balanço final

Segundo o comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar (PM), tenente-coronel Washington Lee Abe, a operação de desocupação da área terminou por volta das 17 horas desta sexta-feira. "O saldo da operação é positivo, tivemos apenas pequenos incidentes e cumprimos nossa determinação que era realizar a reintegração de posse", avalia Lee.

Ao todo, mil policiais estiveram envolvidos na operação. Três pessoas foram presas. Uma delas é Antônio de Jesus, conhecido como Lula, e um dos líderes do movimento que invadiu a área. Ele foi detido por desobediência, resistência e obstrução à Justiça, além de crime ambiental e recebeu uma autuação de R$ 45 mil da Força Verde. As outras pessoas presas não tiveram as identidades divulgadas. Uma seria foragida da Justiça de Colombo, enquanto outra teria apresentado resistência para desocupar a região.

Operação

O trabalho de desocupação, coordenado pela PM, foi iniciado na quinta-feira (2). Cerca de mil policiais e 110 viaturas foram deslocados para o local. As autoridades cumpriram uma ordem de reintegração de posse determinada pela juíza Diocélia da Graça Mesquita Fávaro. A retirada foi concluída na sexta-feira.

Invasão

A invasão no Guarituba foi iniciada com cerca de 100 famílias no feriado de Nossa Senhora Aparecida, em outubro, e triplicou de tamanho em um mês. Cerca de 350 famílias viviam nos terrenos irregularmente ocupados.

A área invadida tem restrição para ocupação porque é uma zona de mananciais que concentra 70% da água potável consumida por Curitiba. A área também é considerada de preservação permanente e vários dos lotes são de propriedade privada.

Confira as imagens da desocupação:

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