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Os fiéis da Paróquia São Cristóvão, em Paranaguá, poderão finalmente prestar suas últimas homenagens ao padre Adelir de Carli, desaparecido desde o dia 20 de abril após uma arriscada aventura que terminou em tragédia. O corpo do pároco, encontrando a cerca de 100 quilômetros da costa de Maricá, no Rio de Janeiro, foi liberado pelo Instituto Médico Legal da Macaé e deve chegar à Paranaguá por volta das 9h desta sexta (1º).

Organizados pelo padre Bruno Bach, substituto de Adelir na paróquia, fiéis e simpatizantes das causas defendidas por ele (que lutava pelos direitos dos caminhoneiros) começaram uma vigília na noite desta quinta-feira que estava programada para durar até a chegada do corpo. O velório em Paranaguá deve se estender por pelo menos cinco horas, tempo necessário para que o bispo D. João Alves dos Santos, que junto com Moacir de Carli foi até o Rio conseguir a liberação do corpo, volte para rezar a missa de despedida.

"Será uma homenagem ao padre Adelir. Graças a Deus isso representa um alívio para todos nós, que poderemos dar a ele um final digno", comentou o Bispo, ainda na cidade de Macaé. O corpo só foi liberado após todos os trâmites burocráticos, que levaram o dia todo para serem "vencidos". Na manhã desta sexta serão assinados os últimos documentos, mas o carro funerário com o corpo de Adelir pegou a estrada às 21h.

Por volta das 18h desta sexta, o corpo do padre segue em comboio com dois ônibus lotados de fiéis para a cidade de Ampére, no Sudoeste do Paraná - a cerca de 650 quilômetros de Paranaguá - onde será enterrado. "Será provavelmente na manhã de sábado", disse o bispo João.

Vôo arriscado

O padre havia saído da cidade de Paranaguá na manhã do dia 20 de abril, um domingo, alçando vôo preso a balões de gás hélio e deveria pousar em Dourados (MS). Os ventos e o mau tempo teriam desviado o padre de seu percurso, levando-o à costa catarinense.

Com informações dadas na época do desaparecimento pelo Corpo de Bombeiros da cidade, pelas coordenadas recebidas da Capitania dos Portos, o padre teria desaparecido em uma região próxima ao balneário de Penha, que fica a aproximadamente 74 quilômetros de São Francisco do Sul, no estado de Santa Catarina.

Suspenso por cerca de mil balões, Carli queria ficar 20 horas no ar e bater o recorde neste tipo de vôo. Segundo a equipe que apoiava o padre, o recorde neste pertence a dois norte-americanos, que ficaram 19 horas no ar.

Além da marca histórica, o padre dizia que iria divulgar a Pastoral Rodoviária, de apoio a caminhoneiros. Mesmo com o céu nublado e pancadas de chuva, o padre manteve o vôo. Segundo o empresário José Agnaldo de Morais, da equipe de apoio, Carli chegou a ser aconselhado a adiar a viagem, mas se recusou.

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