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São Paulo – Os filhos do office-boy Cícero Augustinho da Silva, 60, a sétima vítima no desabamento das obras do metrô em São Paulo, divulgaram ontem nota em que afirmam "indignação’’ em relação à divulgação, feita pela polícia, de que foram encontrados 13 papelotes de cocaína na roupa de Silva.

"Reiteramos que nosso pai sempre foi um exemplo de cidadão digno, trabalhador, e em nenhum momento tivemos conhecimento de qualquer atitude suspeita em relação à sua vida. Acusações sem fundamentos não devem ser aceitas, ainda mais tão graves’’, conclui a nota, assinada por Alex e Alexandre Lima da Silva.

A informação que Silva estava com papelotes de cocaína no bolso da calça foi divulgada domingo pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. As evidências de que Cícero mantinha envolvimento com o tráfico de drogas já tinham surgido antes mesmo do corpo do contínuo ter sido encontrado e resgatado. Na última quinta-feira, após o corpo de Cícero ser retirado do local do desmoronamento, 13 papelotes com um pó branco foram encontrados no bolso da vítima quando peritos realizavam o exame cadavérico no Instituto Médico Legal (IML).

A substância então foi enviada para o Instituto de Criminalística, que confirmou o que a polícia suspeitava. As evidências começaram a surgir após o sigilo telefônico do contínuo ser quebrado. Segundo o diretor-geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Domingos Paulo Neto, os investigadores, após rastrearem as últimas ligações feitas pelo contínuo, localizaram alguns usuários, que confirmaram ter recebido a droga das mãos de Cícero.

De agora em diante, as investigações saem das mãos do DHPP e serão transferidas para o Departamento de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). Além dos papelotes, foram encontrados na roupa de Cícero um total de R$ 105,00 e documentos em uma carteira de couro.

O fato não deve interferir no pagamento da indenização, segundo o advogado Carlos Alberto Sanseverino: "O cálculo será feito sobre o que ele ganharia no trabalho’’.

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