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Maringá – Uma pesquisa de ponta da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está pronta para ser aplicada na Medicina. Pesquisas com cristal líquido já renderam a publicação de dois livros na Inglaterra e podem ser levadas ao mercado em aplicações inéditas, com potencial para a Medicina, em substituição ao estetoscópio.

O grupo formado por seis físicos – Luiz Roberto Evangelista, Antônio José Palangana, Paulo Ricardo Fernandes, Hatsumi Mukai, Perseu Ângelo Santoro e Manoel Simões (este da UEL) – iniciou as pesquisas nos anos 90 e o trabalho ficou pronto em 2003. "Era uma idéia inovadora e radical", lembra Fernandes. Os pesquisadores desenvolveram um equipamento com um dispositivo de cristal líquido liotrópico, desenvolvido pela UEM, com uma mistura de água, álcool e surfactante (um tipo de sabão). Colocado próximo ao coração da pessoa, o dispositivo mostra a vibração das batidas cardíacas em um visor. Além de permitir a visualização das informações – o que o estetoscópio não faz –, o projeto da UEM também capta dados entre os batimentos e os envia a um computador que grava, analisa e ainda pode imprimir os dados para análise profissional.

O resultado é mais preciso que o de um eletrocardiograma e possibilita maior eficiência no tratamento de doenças. Os dados permitem estudar o comportamento do coração para prever como o órgão estará em certo tempo, o que poderia evitar um enfarte. Também há a possibilidade de uso no tratamento de câncer.

A patente do sensor foi registrada em 1998, sendo a primeira da universidade maringaense. Agora, outro grupo precisa desenvolver o protótipo para colocá-lo no mercado, com pesquisas tecnológicas que os professores não fazem. A estimativa é de que o aparelho custe em torno de US$ 100, com redução de custo se for produzido em escala industrial.

Enquanto isto não acontece, os físicos seguem pesquisando outras aplicações para o cristal líquido como em alarmes de alta sensibilidade (tanto para segurança em estabelecimentos quanto para abalos sísmicos) e na biomedicina. Também há uma pesquisa inédita sobre hidrogel em cristal líquido, que pode ser aplicado no mercado ótico, com uso em lentes de contato.

O professor Luiz Roberto Evangelista reuniu os resultados da pesquisa e publicou dois livros na Inglaterra: "An Elementary Course on the Continuum Theory for Nematic Liquid Crystals" (2001) e "Adsorption Phenomena and Anchoring Energy in Nematic Liquid Crystals"(2005). Os livros não devem ser publicados no Brasil. A pesquisa também foi citada em artigos científicos em revistas estrangeiras, colocando os professores como um dos grupos mais produtivos da América Latina na área de fluidos complexos.

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