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Darci Penteado Jr: investimento maior na medicina preventiva | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Darci Penteado Jr: investimento maior na medicina preventiva| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Conceitos

Médicos e profissionais em geral que se especializam no atendimento a pacientes de terceira idade devem ter a formação adequada.

O que é geriatria?

- Especialidade médica, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, que exige dois anos de especialização. Foca o estudo, a prevenção e o tratamento de doenças e da incapacidade em idades avançadas.

O que é gerontologia?

- Estudo amplo sobre o envelhecimento e suas implicações sociais, culturais, políticas e fisiológicas no paciente e na sociedade em que ele vive. Indicado para qualquer profissional que deseje se especializar no tema.

Titularidade

- A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia é a entidade credenciada para habilitar os profissionais que se submetem às provas de titularidade aplicadas anualmente. O site da sociedade (www.sbgg.org.br) tem informações para leigos e profissionais sobre cursos, eventos e provas.

A simpatia pelo perfil do paciente não é suficiente para manter o profissional que atende o idoso na ativa. Cedo ou tarde, somente a afinidade não vai sustentar a exigência da visão sistêmica para o tratamento. As especializações nas áreas de Geriatria e Gerontologia dão aos profissionais a conceituação adequada para tornar a abordagem mais eficiente.

A Geriatria é a especialidade médica, com caráter de pós-graduação, restrita a médicos. "Durante sua formação, o médico aprende a ampliar a observação do paciente. Ele extrapola o tratamento da doença e parte para o foco em qualidade de vida", explica o médico geriatra Rodolfo Augusto Alves Pedrão, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), seção Paraná.

Além de observar os sintomas físicos e as doenças degenerativas típicas da idade avançada, o geriatra aborda questões psicossociais, a dinâmica familiar, prevê complicações futuras, trabalha na prevenção do impacto da saúde debilitada ou autonomia comprometida. "É amplo e detalhista ao mesmo tempo", explica.

A formação em Geriatria deve ser necessariamente acadêmica e só é reconhecida pela SBGG, em provas anuais de titularidade. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) tem o curso de especialização credenciado pelo Ministério da Educação, e oferece por ano duas vagas para residência médica na área e quatro vagas para especialistas. É uma área em expansão, estimulada pelo crescimento da população de terceira idade. "Mas não é uma área de oportunidades e oportunistas. Não se trata de um filão de mercado. Também é muito diferente da medicina anti-idade, mais ligada à área de estética."

Outros profissionais

A área de Gerontologia pode ser explorada por outros profissionais – de saúde ou não – e também por médicos. O estudo sobre o envelhecimento, suas implicações sociais, fisiológicas, culturais e políticas não tem restrições de áreas de interesse e formação anterior. Pode ser abraçado por fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, advogados, sociólogos e por qualquer pessoa interessada em trabalhar com o setor. Mas a titularidade formal também é concedida pela SBGG, em provas anuais. A formação pode ser acadêmica convencional, em frequências de cursos de especialização, ou por estudo e participações em congressos, jornadas médicas e de saúde ou seminários.

O clínico-geral Darci Penteado Jr, do Hospital Milton Muricy, em Curitiba, optou pela especialização em Gerontologia. A experiência clínica o estimulou a buscar o título. "Meus pacientes eram todos maiores de 60 anos. Fazia muito atendimento domiciliar e a formação me ajudou a buscar nos detalhes mais subsídios para melhorar a abordagem. Hoje invisto muito mais no aspecto preventivo", conta.

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Prática e teoria para fazer a diferença

O home-care (cuidado de pacientes em domicílio) foi a porta de entrada para a enfermeira Jaquelaine Rodrigues, de 38 anos, no atendimento a pacientes idosos. "Percebi que, muitas vezes, a atenção que eu dava era mais importante do que a rotina de medicamentos e cuidados", conta. Agora ela atua com saúde mental, onde a presença de idosos é cada vez maior. "Quero fazer uma especialização para ajudar meus pacientes e também a formação do grupo de atendimento que coordeno", diz.

O terapeuta ocupacional Guilherme Tupich, de 25 anos, já começou seu investimento na formação especializada. Desde que saiu da faculdade, há quatro anos, trabalha com idosos. O vínculo com a avó, com 72 anos de idade, foi sua inspiração. Tupich faz pós-graduação em terapia aplicada à neurologia. "A fundamentação teórica vai fazer diferença na minha abordagem", explica.

Serviço

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Paraná promove discussões mensais dirigidas a profissionais de saúde que queiram trabalhar com idosos. Os encontros são realizados sempre nas segundas quartas-feiras do mês, das 20 às 22 horas, no Conselho Regional de Medicina do Paraná. Informações pelo telefone 3024 1415, ramal 222.

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