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Tragédia do Airbus

França nega ter achado caixas-pretas

Jornal Le Monde afirmou que sinais sonoros teriam sido ouvidos. Baterias dos equipamentos devem durar apenas mais sete dias

Navio da Marinha brasileira: suspensas as buscas no Oceano Atlântico | Marinha fo Brasil/AFP
Navio da Marinha brasileira: suspensas as buscas no Oceano Atlântico (Foto: Marinha fo Brasil/AFP)

Paris - A Marinha da França negou ontem que tenha localizado os sinais sonoros emitidos pelas balizas presas às caixas-pretas do Airbus A330-200, que caiu no Oceano Atlântico no último dia 31, quando realizava o voo Air France 447, entre o Rio e Paris. O pronunciamento aconteceu porque uma reportagem do jornal Le Monde afirmou que os sinais sonoros dos equipamentos, rastreados por navios e submarinos, haviam sido identificados.

A informação foi divulgada com estardalhaço em Paris e distribuída para todo o mundo por agências de notícias. Segundo o texto, intitulado "Localizados os sinais das caixas-pretas do Airbus Rio-Paris", as embarcações que monitoram a região na qual teria acontecido o desastre teriam captado "um sinal muito fraco" que "poderia provir das caixas-pretas do avião".

Minutos depois, diferentes fontes do governo francês desmentiram a localização. "Foram detectados sinais sonoros, mas não há nada verificado até o momento, infelizmente", afirmou Philippe Guillemet, comandante do navio Pourquoi Pas?, que organiza as buscas. Porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas, Patrick Prazuck revelou que várias emissões de rádio similares às das balizas foram localizadas até o momento, mas nenhuma foi confirmada como sendo das caixas-pretas.

À tarde, o Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil (BEA), órgão responsável pela apuração das causas do acidente, assegurou em comunicado oficial a continuidade dos trabalhos de buscas. "Nenhum sinal imanente das balizas acústicas dos gravadores de voo foi confirmado até hoje (terça-feira). Os trabalhos são regularmente realizados para levantar as dúvidas sobre os ruídos localizados."

A informação desencontrada gerou expectativa em Paris. As duas caixas-pretas – o Flight Data Recorder (FDR), que registra os parâmetros de voo, e o Cockpit Voice Recorder (CVR), que grava as conversas de som na cabine de pilotagem – são considerados instrumentos importantes, talvez cruciais, da investigação. "Nós todos tivemos uma esperança", reconheceu Dominique Bussereau, secretário de Transportes da França, em declaração ao parlamento francês. "Ainda temos alguns dias e vamos investir todos os meios possíveis para localizar as caixas-pretas."

A luta, agora, é contra o relógio. As balizas têm autonomia média de 30 dias para seguir emitindo as ondas de rádio que permitem identificá-las no fundo do oceano. Restam sete dias para o fim desse prazo.

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