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O prefeito Gustavo Fruet (PDT) afirmou que vai pedir a prisão dos presidentes dos sindicatos das empresas e dos motoristas e cobradores caso fique comprovado que a greve dos ônibus de Curitiba foi combinada. Em entrevista ao PRTV 1ª edição, da RPCTV, Fruet foi duro com patrões e empregados e disse que, até agora, como foram feitas as negociações, não teve como evitar a greve.

"Se esse jogo for combinado [entre empresas e motoristas e cobradores], eu vou pedir a prisão do presidente do sindicato das empresas e [a do presidente do sindicato] dos trabalhadores. É inaceitável a gente ouvir os depoimentos sobre a forma como isso está sendo conduzido", disse o prefeito. Questionado sobre o fato de a greve ser combinada, Fruet disse que "espera que não."

Durante assembleia no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9) na tarde desta quarta-feira para decidir os rumos da greve, o presidente do sindicato dos trabalhadores, Anderson Teixeira, negou que a ação seja coordenada com a entidade patronal. "A negociação [entre os sindicatos] está sendo feita com a maior transparência. Não há qualquer conluio com os donos de empresas ou a prefeitura, mas sim uma luta para garantir melhores condições de trabalho."

O sindicato das empresas foi procurado para comentar o assunto, mas não houve um retorno oficial até as 18h30 desta quarta-feira.

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Declarações

O prefeito citou o fato de a categoria ter desrespeitado a determinação da Justiça do Trabalho emitida nesta terça-feira (26). Pela decisão, 70% dos ônibus deveriam circular nos horários de pico e 30% nos demais períodos. Nenhum ônibus circulou nesta quarta e o presidente do sindicato disse à reportagem não ter sido notificado oficialmente da decisão judicial.

A assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou, por volta das 13h30, que estava em reunião e que no momento não tinha nada a declarar sobre o assunto.

Elias Mattar Assad, advogado que defende o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) classificou a declaração de Fruet como truculenta. "As demandas sindicais não podem ser tratadas com esse tipo de truculência. Temos que ter paciência e a palavra tem que ser colocada com muito cuidado. A classe dos trabalhadores confia no prefeito, só que não dá para tirar conclusão precipitada de nada", disse o defensor que também fez um convite a Fruet para que este participe de audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho nesta tarde.

Tarifa

Os motoristas pedem ganhos de 16% e os cobradores de 22%, fora a correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Fruet disse, na entrevista, que se fosse atendido o pedido integral da categoria, a tarifa aumentaria R$ 0,70, passando de R$ 2,70 para R$ 3,40.

Nesse aspecto, o prefeito garantiu que não vai permitir que o preço da passagem suba a esse valor. "Eu não vou permitir o aumento a R$ 3,40, que já fique claro também, nesse momento eu vou segurar no máximo R$ 2,70. Não haverá aumento hoje, antes do carnaval, até semana que vem. [Além disso], as empresas tem que pedir para a Urbs o reajuste da tarifa técnica. Ainda não pediram, estão aguardando a decisão da Justiça do Trabalho."

Mais uma vez Fruet criticou o governo do estado sobre o subsídio pago para complementar o valor da tarifa técnica para a Rede Integrada de Transporte (RIT). "Fui surpreendida ontem e hoje com propagandas de rádio e com uma chamada no meu telefone em que o governo do estado assegurou o subsídio e a integração do transporte coletivo na região metropolitana. Eu vou ser educado para não dizer nesse momento o que eu achei dessa ligação", disse o político.

O prefeito disse que a renovação do subsídio foi feita por 30 dias e não há garantia de quitação da diferença entre a tarifa técnica (custo total de operação) de Curitiba e a tarifa técnica da região metropolitana. "A Urbs recebeu ofício da Comec, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e ao Governo do Estado, para prorrogar em caráter emergencial o convênio que termina nessa semana, da integração metropolitana, por mais 30 dias. Sem garantia de pagamento no valor da tarifa técnica."

O governo do estado, via assessoria de imprensa, defendeu que não existe qualquer proposta de renovar o convênio do subsídio à Rede Integrada de Transporte (RIT) apenas por 30 dias. O órgão informou que o estado propôs a renovação do convênio até o fim do ano, garantindo o repasse de R$ 5 milhões por mês mais isenção do óleo diesel utilizado nos ônibus. O governo reforçou que a renovação do subsídio nas atuais condições não quer dizer que o valor não possa ser discutido novamente, quando houver um reajuste na tarifa, por exemplo.

Medidas imediatas

Fruet disse que como primeira medida vai tentar minimizar os efeitos da greve aos usuários. A principal ferramenta por enquanto é a liberação de autorização das vans, mas ele também disse que vai tentar fazer pelo menos uma parte dos ônibus voltarem a circular em Curitiba. Para pressionar, o prefeito citou que pretende pedir o aumento da multa no caso de descumprimento da frota mínima determinada pela Justiça de R$ 10 mil para R$ 1 milhão.

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