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Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp)
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp)| Foto: Reprodução redes sociais

O professor aposentado do Departamento de Matemática da Unesp de Rio Claro, José Jairo da Silva, procurou a Gazeta do Povo para relatar o seu banimento do quadro de assinantes da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) em decorrência de um procedimento interno em que foi denunciado por supostos “atos de discriminação contra pessoa com deficiência” e “atos intimidatórios e de ameaça à integridade física de funcionários”.

À Gazeta do Povo, o professor disse ter sido vítima de ação disciplinar num processo sigiloso em que não se sabe quem acusou. “Fui banido sem chance de defesa”, afirmou.

Jairo virou alvo de um procedimento investigativo no Comitê de Ética da Osesp em dezembro de 2022 por causa de um incidente ocorrido no dia 2 de abril do ano passado, quando a Osesp apresentava um concerto para assinantes.

O espetáculo teria sido interrompido pelos gritos de uma criança algumas fileiras acima de onde Jairo estava sentado. Incomodado com a interrupção, o professor procurou a organização do evento para reclamar. A partir daí se seguiu uma confusão que acabou em caso de polícia.

Acontece que a criança que irrompeu em gritos durante a execução do concerto era autista e portadora de deficiência auditiva. Vale destacar que o concerto aconteceu no mesmo dia em que se celebra o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo.

O professor diz que não tinha como saber sobre a condição da criança e tão somente teria questionado a organização pelo fato da interrupção, já que o espetáculo não poderia ser continuado caso as interrupções não parassem.

“Uma orquestra tem várias obrigações: formar público, divulgar a arte musical, promover ações sociais, claro, mas, principalmente, oferecer música do mais alto nível em condições ideais de execução, nunca, evidentemente, tudo ao mesmo tempo. Concertos pagos não podem ser ocasiões de ação social. Para isso existem concertos especiais, para pessoas especiais, inclusive”, disse o professor ao expor o caso em uma publicação recente em suas redes sociais.

À Gazeta, Jairo disse ainda que o público foi “submetido, sem aviso prévio, a uma situação de constrangimento sem atenção aos direitos que ele (o público) tinha adquirido junto com o ingresso comprado”.

Jair também reclama da exposição do seu nome em jornais com viés de esquerda logo após o ocorrido. Para o professor, isso poderia caracterizar um tipo de “armação” para dar visibilidade à chamada pauta anticapacitista.

O que diz a Osesp

Procurada pelo jornal, a Osesp preferiu não comentar o processo contra o professor “para manter a confidencialidade a respeito de todas as pessoas envolvidas”, mas disse que “o resultado a que se chegou foi fruto de um processo extremamente cuidadoso”.

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