Na noite curitibana, frequentadores de estabelecimentos e funcionários comentam casos de policiais à paisana que entram armados em baladas. Funcionários de casas noturnas da Avenida Batel que não quiseram se identificar disseram trabalhar com medo de virarem alvos de balas perdidas. Um deles relatou uma história de 2009: um tenente da PM, fora do expediente, teria se envolvido em uma confusão. A polícia foi acionada e os soldados que foram atender a ocorrência foram desautorizados pelo agente, por causa da patente inferior. A tensão durou horas até que o policial se acalmar com a chegada de mais viaturas no local. Ninguém se feriu.
Clientes os 15 clientes ouvidos pela reportagem são unânimes sobre o fato de que algo precisa ser feito sobre o assunto. Apenas um disse que a solução do problema, na verdade, está no preparo dos agentes. Todas as outras citaram insegurança e que nenhum policial deve ser proibido de beber, desde que não esteja armado quando for fazer o consumo de álcool.
A arquiteta Gabriela Fedrizzi, 25, contou que estava em uma balada há cinco anos quando, por causa de um esbarrão em alguém, um PM que estaria embriagado sacou uma arma. Ela conta que a correria foi generalizada. “Uma pessoa com uma arma e alcoolizada é um risco em qualquer lugar, imagine em um ambiente fechado. Eu acredito ser necessário uma maior regulação”, sugeriu.
O analista fiscal André Luis Cazato, 26, é de Ribeirão Preto (SP) e soube dos casos de baleados por policiais fora do expediente em Curitiba. Ele disse que os acontecimentos não deixam negativa a visão que ele vai levar da cidade porque a violência é algo espalhado por todo o país. “A bebida alcoólica altera muito o discernimento de qualquer pessoa, com uma arma ela terá muito mais chance de puxar o gatilho”, opina.
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