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Ricardo Leite, direito da BlaBlacar no Brasil acredita que o país tem as características ideais para o sucesso da plataforma | Antônio More/Gazeta do Povo
Ricardo Leite, direito da BlaBlacar no Brasil acredita que o país tem as características ideais para o sucesso da plataforma| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Gesto de altruísmo conhecido desde o surgimento dos primeiros meios de locomoção, a carona para longas distâncias há tempos não depende do polegar esticado na beira da estrada. Primeiro foram os anúncios em murais de empresas e faculdades. Depois os grupos em redes sociais, como o falecido Orkut. Em 2006, um francês chamado Frédéric Mazzella criou um aplicativo para aproximar caronas e motoristas. A ideia se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil no final de 2015.

O diretor da empresa no Brasil, Ricardo Leite, esteve em Curitiba nesse último fim de semana. Veio de São Paulo para cá com mais duas passageiras. Entusiasmou-se por ter conhecido uma produtora cenográfica de 60 anos que luta artes marciais e uma moça de Miracatu, a terra da Banana. “São pessoas que não fazem parte do meu núcleo de convívio e que eu jamais conheceria se não fosse a BlaBlacar”, contou.

A conversa, aliás, está na origem do nome da empresa e é um dos itens que os usuários devem se atentar no momento do cadastro. O usuário pode se classificar como bla, blabla ou blablabla de acordo com a sua disposição para a prosa. Itens como gosto pela música e tabagismo também devem ser informados.

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Depois da França, países como Espanha e Portugal foram os primeiros a ter o aplicativo. Agora, já são 22 nações, inclusive as em desenvolvimento como México, Rússia e Brasil. Para Leite, o sucesso nas rodovias por aqui passa pelo perfil do país. “É um país grande em extensão, população e frota de automóveis e com um combustível muito caro em relação à renda. Além disso, os pedágios também são muito caros”, afirmou.

Apesar da redução inevitável na emissão de emissão de CO2, o principal argumento da plataforma é econômico. Uma viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro ou de Curitiba para São Paulo, por exemplo, pode sair por R$ 60. O cálculo é feito de acordo com distância e quantidade de pedágios. Diferenças como custo de gasolina ou do próprio pedágio, porém, ainda não entram. “Mas serão [parte do cálculo] em um futuro próximo”, garante Leite.

O executivo também vê diferenças entre o modelo da BlaBlaCar e de aplicativos urbanos de compartilhamento de veículo. “Dentro da cidade, no dia a dia, encontrar alguém e desviar da rota acaba tirando um pouquinho da agilidade na mobilidade. Em uma viagem longa, um desvio de dez minutos não se torna um grande problema”.

A empresa francesa entende como uma viagem longa aquelas com mais de 75 Km. No Brasil, a média das viagens compartilhadas pela plataforma é de 300 Km. No balanço dos primeiros 100 dias da empresa em rodovias brasileiras, foram 10 milhões de quilômetros rodados em 16 mil rotas diferentes. Em todo o mundo, são mais de 30 milhões de membros.

Como funciona

A ideia é simples. O dono do carro interessado em viajar indica as cidades de origem e destino, a quantidade de passageiros desejada e os possíveis pontos de encontro. A partir daí, basta faze um cadastro. Também é possível acessar pelo Facebook. Para passageiros, uma lista com todas as viagens disponíveis é apresentada assim que a origem e o destino são digitados. Todos os usuários têm fotos e a empresa informa que dados de contato, como email, telefone e perfil na rede social foram checados por ela.

Na maioria dos países, inclusive o Brasil, o pagamento tem de ser feito em dinheiro e diretamente ao condutor. Em pelo menos sete países, porém, a empresa já adotou a cobrança pelo serviço. Neles, o passageiro paga com cartão de crédito e algo entre 10% e 15% desse valor ficam com a plataforma digital. Em qualquer um dos casos, a BlaBlacar adota critérios rígidos para que o preço pago pelos caronas, somado, não seja superior aos custos da viagem. Assim, o dono do veículo de fato está fazendo rateio dos seus gastos e não lucrando em cima da viagem.

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