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Brasília – Após 110 dias de denúncias, acusações, defesas e investigações, finalmente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), será julgado por seus 80 pares em sessão secreta, que ocorre hoje a partir das 11 horas. Um dia antes da votação que decidirá seu futuro político, Renan passou praticamente toda terça-feira articulando apoios para escapar da cassação. O senador até tentou mostrar normalidade no andamento dos trabalhos e presidiu uma sessão ontem à tarde, mas os ventos não parecem ter mudado a favor do peemedebista.

Pelo menos três partidos fecharam questão contra Renan ainda ontem. PSDB, DEM e PSB, que juntos detém uma bancada de 33 senadores, se reuniram e decidiram pela cassação do mandato do senador. Já o PT e o PMDB liberaram a bancada para votar de acordo com a opinião de cada parlamentar. O PMDB, partido do qual Renan faz parte, tem 19 senadores. O PT responde por 12 parlamentares, e os outros partidos têm 20 cadeiras.

Pelas contas da oposição, Renan deve ter seu mandato cassado pelo plenário numa votação apertada que pode ser decidida por um voto. De acordo com os cálculos, o senador seria cassado por 42 ou 45 votos (são necessários 41). Já os aliados de Renan continuam apostando que ele será salvo, com um placar bem diferente: 50 a favor da absolvição. Mas parlamentares dos dois lados admitem que a votação fechada é uma incógnita.

Durante a sessão secreta, até mesmo os laptops dos senadores terão de ser retirados da sala, por determinação da Secretaria-Geral do Senado. A decisão não proíbe a entrada de celulares, mas será lida uma recomendação para que os parlamentares evitem o uso do aparelho, com o alerta de que o vazamento de informações pode se caracterizar quebra de decoro.

A liberação do PT, que é apontado como o fiel da balança, a seus 12 senadores foi recebida como mais um sinal de que o Palácio do Planalto deu as costas para o peemedebista. "Todo mundo está livre, leve e solto para votar de acordo com a sua consciência", resumiu a líder do partido na Casa, Ideli Salvatti (SC). Um dia antes, os petistas já tinham sido alertados pelo presidente Lula de que Renan não tem condições políticas de continuar no cargo, ainda que venha a ser absolvido hoje.

Ideli defendeu que processos de cassação, a partir desse episódio, venham a ser julgados por outro órgão, que não o Senado. A líder petista prometeu que alguém do partido subsidiará essa discussão para impedir que situações como essa se repitam.

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