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Uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarapuava, na região central do Paraná, cumpre 34 mandados de busca e apreensão e 25 de prisão em 21 cidades de sete estados nesta terça-feira (1). A Operação Trinca Ferro ocorre no Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás e Rondônia. Por dois anos, o grupo investigou um grande esquema de desvio de cargas.

De acordo com o promotor Claudio Cortesia, do Gaeco de Guarapuava, nove pessoas já foram presas. Entre os detidos estão um investigador da Polícia Civil, um servidor municipal e um servidor estadual que foram cedidos para trabalhar em delegacias. Eles integrariam uma quadrilha especializada em desvio de cargas e faziam denúncias falsas para a polícia.

Segundo o Gaeco, o esquema movimentou mais de R$ 2 milhões em cargas de diversos produtos, como ferro, fertilizantes, açúcar, semente, tecidos, cosméticos e tratores. Os desvios foram praticados entre os meses de abril de 2007 e setembro de 2010. Os caminhoneiros desviavam a carga que transportavam e registravam um boletim de ocorrência de roubo para apresentar para as empresas que os contrataram.

Prisões e apreensões

Segundo o Gaeco, os únicos funcionários da Delegacia de Cândido de Abreu, no Norte do estado, foram detidos e a unidade corre o risco de ficar fechada caso a subdivisão de Polícia Civil de Telêmaco Borba não designe ninguém para trabalhar no local. Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o servidor público estadual Sidnei Adão Jarenco ocupava o cargo de motorista e exercia a função de investigador de polícia. Já a servidora municipal Clades Martinato Santos trabalhava como escrivã. Ela era responsável pela confecção, mediante pagamento de propina, de diversos boletins de ocorrência unificados falsos, noticiando a ocorrência de roubos não existentes de cargas.

Na Delegacia de Pitanga, na região central, o investigador Ademir Muniz da Silveira, que também exercia a função de superintendente, foi preso. Ele fazia os falsos boletins de ocorrência, depois de receber propina. Em Paranavaí e Maringá, no Noroeste, foram presos Pedro Valdir Ferreira de Ramos, Heloise Alves Fagundes, Valdecir José Ferreira de Ramos, Diogo da Costa Ramos, que seriam líderes da organização criminosa. Segundo o MP-PR, eles aliciariam motoristas de caminhão dispostos a desviar as cargas que iriam transportar e encontravam receptadores para tais cargas. Outras duas pessoas que foram presas não tiveram a identidade revelada.

Essas pessoas são acusadas dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa qualificada, furto qualificado, falsificação de documento público, inserção de dados falsos no sistema de informação, lavagem de dinheiro e ocultação de bens direitos e valores.

Os policiais do Gaeco também cumpriram mandado de busca e apreensão na Comarca de Pitanga. As buscas ocorreram no escritório central da banca de jogo do bicho Norte Sul e na residência da gerente, investigada por pagar propina para o servidor público Sidnei Adão Jarenco, que foi detido. Já foram apreendidos aparelhos celulares, arma de fogo ilegal, certa quantia em dinheiro e diversos documentos.

Mais informações em breve.

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