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Seis meses após a conclusão da reforma que custou R$ 1,4 milhão, o teatro Ópera de Arame, um dos principais cartões-postais de Curitiba, volta a apresentar problemas de infra-estrutura. Domingo, no show do cantor Zeca Baleiro, o público teve de enfrentar goteiras. Sem alternativa para fugir do pinga-pinga, alguns expectadores chegaram a apelar ao guarda-chuva dentro do teatro. As infiltrações na cobertura fizeram com que a água da chuva entrasse no local, molhando as primeiras filas da platéia, bem como o palco.

A designer Fabíola Sayuri Ono, 24 anos, foi uma das pessoas que sofreu com as goteiras. A intenção de chegar antes ao teatro para garantir um lugar próximo do palco foi à toa. Por conta do gotejamento, Fabíola teve de assistir ao espetáculo no corredor. "Reformaram tudo, menos o telhado", diz. A estudante Gabriela Liedtke Becker, 18 anos, diz que as pessoas tentavam se proteger das goteiras durante o show. "O pessoal sentava no arame e colocava a almofadinha (da cadeira) por cima", conta.

As goteiras na Ópera de Arame são um problema antigo. Há cinco anos a jornalista e designer Letícia Junqueira, 26 anos, teve de enfrentar a situação na própria formatura da faculdade. "Foi um pouco diferente do que todo mundo imaginava", diz, ao lembrar das cadeiras que ficaram molhadas e das goteiras que caiam em alguns formandos.

O diretor de marketing da Fundação Cultural de Curitiba, Marcelo Simas Cattani, confirma o problema. "A cobertura da Ópera sempre apresentou problema quando a chuva é forte", diz. Tanto que a possibilidade de haver infiltrações em dias de chuva é informada pela prefeitura nos contratos de locação do espaço.

Segundo Cattani, o problema de goteiras só será resolvido se as próximas reformas substituírem a atual cobertura de policarbonato por vidro. O investimento giraria em torno de R$ 3,5 milhões – uma quantia considerada elevada pelo diretor. "A solução definitiva da cobertura seria buscada com investimentos de uma Parceria Público-Privada (PPP)", diz. Como exemplo, ele cita a parceria ocorrida no Jardim Botânico com a empresa de cosméticos Natura, que bancou a reforma da estufa.

Maquiagem

Na última reforma na Ópera, iniciada em novembro de 2005 e concluída em julho de 2006, as obras incluíram o conserto de estruturas metálicas corroídas pela ferrugem. Foram realizadas limpeza e reformas pontuais na cobertura de policarbonato. O local ganhou novas portas de emergência e o sistema elétrico foi refeito.

Uma segunda etapa de reformas está prevista para este ano, após o Festival de Teatro de Curitiba, que acontece de 22 de março a 1.° de abril. O local, que será adequado às novas normas do Corpo de Bombeiros, passará por reformas no sistema de segurança e prevenção de incêndio, com um investimento de R$ 500 mil. A terceira etapa prevista e a mais ambiciosa, segundo Cattani, seria mesmo solucionar os problemas na cobertura. Mas não há previsão para isso.

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