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segurança pública

Governo lança especializada sem concluir projeto de delegacias cidadãs

Enquanto nenhuma das 95 unidades previstas foi entregue, governo estadual anuncia criação de delegacia especializada em investigar roubos e furtos de cargas

Sem avançar significativamente no projeto da criação de 95 delegacias cidadãs no Paraná – que tem como uma das propostas melhorar o atendimento à população –, o governo do estado anunciou, na semana passada, a implantação de uma delegacia especializada em investigar furtos e roubos de cargas. Com a criação da unidade, este tipo de investigação deixa de ser responsabilidade da Delegacia de Estelionatos e Desvio de Cargas (Dedec), que deve assumir apenas casos relacionados a estelionatos.

O argumento usado pelo executivo estadual para defender o desmembramento é que a criação de uma delegacia especializada em roubos de cargas vai ajudar a intensificar a repressão contra esta prática criminosa.

Mas, embora o próprio governador Beto Richa (PSDB) já tenha anunciado a implantação, a Polícia Civil não possui informações mais concretas sobre o funcionamento da unidade. Isso porque a criação definitiva da delegacia ainda depende de trâmites que estão em andamento, segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil.

Se for concretizada, a delegacia de furtos e roubos de cargas será a 498ª. unidade da Polícia Civil do Paraná, levando em conta divisões, subdivisões, delegacias regionais, distritos, delegacias especializadas e operacionais.

Projeto delegacias cidadãs avança pouco

Se por um lado a decisão do governo de conceder exclusividade a equipes de investigação pode gerar expectativa de avanço na resolução de crimes, por outro, a ideia de desenvolver delegacias que sejam referências em atendimento de qualidade – parte do plano de metas estabelecido ainda na primeira campanha de Beto Richa ao Palácio Iguaçu – mal saiu do papel.

Cinco anos depois de assegurar a construção de 95 delegacias cidadãs no Paraná, cujo foco é prestar um atendimento mais humanizado a testemunhas e vítimas, nenhuma unidade foi entregue até agora, mas a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) afirma que 17 serão construídas até o fim do próximo ano, dentro de uma primeira etapa do projeto.

O fato é que, até agora, apenas duas destas unidades estão em construção: uma em Matinhos, no Litoral paranaense, e outra em Pinhais, na região metropolitana. Até ano passado, ao menos doze deveriam ter começado a funcionar.

A Sesp alega que o andamento das obras foi prejudicado por questões orçamentárias. Entre o fim de 2014 e o início de 2015, o executivo estadual enfrentou uma crise financeira grave, que refletiu em corte de gastos, adiamento de projetos e em uma dívida de curto prazo que chegou a somar quase R$ 1,3 bilhão. Por isso, o cronograma das delegacias cidadãs teve que ser revisto.

Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, a secretaria informou que as unidades que já estão em obras devem ser entregues até o ano que vem. A previsão é que logo após a entrega destas, outras 15 delegacias do projeto comecem a ser construídas, cada uma a um custo aproximado de R$4,5 milhões.

No entanto, o órgão não afirmou se as 95 delegacias cidadãs previstas serão entregues até o fim deste segundo mandato do governador Beto Richa. A reposta foi, apenas, de que “há intenção”.

Embora a Sesp não tenha detalhado quais serão os demais municípios contemplados com as unidades a partir de 2016, o projeto orçamentário do ano mostra que as 16 delegacias previstas contemplam, além de Matinhos e Pinhais, os municípios de Laranjeiras do Sul, Guaratuba, Paranaguá, Cianorte, Ivaiporã, Guaíra, Toledo, Almirante Tamandaré, Araucária, Fazenda Rio Grande e Colombo. Curitiba deve receber três unidades, nos bairros São Lourenço, Sítio Cercado e Tarumã.

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