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Professores continuam acampados na Praça Nossa Senhora de Salete: categoria exige pagamento de progressões | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Professores continuam acampados na Praça Nossa Senhora de Salete: categoria exige pagamento de progressões| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Na porta do Tribunal de Contas

Os professores acampados na Praça Nossa Senhora de Salete desde a última terça-feira (9) saíram em passeata até o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC) ontem pela manhã. A manifestação foi um protesto contra a aprovação do pagamento de auxílio moradia no valor de R$ 4.377,74 mensais aos conselheiros do órgão. Não será preciso prestar informações sobre a destinação deste recurso extra.

"Como o estado tem dinheiro para pagar este benefício e não tem para a educação?", questionou o presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão.

A greve dos professores e servidores da rede estadual de ensino encerrou a sua segunda semana ainda distante de um acordo. Ontem, na segunda rodada de negociações, o governo recuou em um dos pontos mais importantes para os professores: a estrutura e o porte das escolas. Entretanto, questões financeiras ainda entravam a pauta.

Os educadores não abrem mão do pagamento imediato de benefícios atrasados, como rescisões, terço de férias e progressões de carreira. As partes voltam a se reunir na próxima semana, em data ainda indefinida. Enquanto isso, os 2,1 mil colégios paranaenses continuam fechados, afetando mais de 970 mil alunos.

"Tivemos avanços, mas ainda temos pontos importantes. Ficou de ser feito um esforço do governo para avançarmos no conjunto do debate", disse o professores Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato, que representa os educadores.

Ontem, a reunião a portas fechadas entre governo e sindicalistas se estendeu por mais de seis horas. Após 12 dias de paralisação, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) aceitou manter o porte que as escolas tinham em dezembro do ano passado – com números compatíveis de professores e servidores. A pasta concordou também em contratar mais professores temporários (além dos dez mil, cuja contratação já havia sido liberada), conforme a demanda do quadro .

Outro avanço importante é que a Seed concordou em nomear integralmente os 5,5 mil professores recém-aprovados em concurso. Nas semanas que antecederam a greve, a secretaria havia anunciado que só contrataria 4,5 mil deles.

Além disso, a pasta se comprometeu a manter as aulas de reforço, assim que o ano letivo for iniciado. As atividades de contraturno começam posteriormente, conforme os professores temporários forem contratados. "Foram muitos os avanços e as demandas estão convergindo", resumiu o secretário de Educação, Fernando Xavier Ferreira.

Entraves financeiros

Se as tratativas evoluíram no que diz respeito ao porte das escolas, no aspecto financeiro as negociações estão estagnadas. Os educadores reivindicam o pagamento imediato dos atrasados. Na quinta-feira (19), o secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra (PSD), havia proposto que o terço de férias da categoria fosse pago em duas parcelas de R$ 72 milhões: uma em março, outra em abril. As rescisões de contrato dos 29 mil professores temporários que lecionaram no ano passado seriam quitadas na próxima terça-feira (24) – elas somam R$ 82 milhões. "Não vamos abrir mão [do pagamento integral em parcela única], porque isso já deveria ter sido pago. É um direito nosso", apontou Leão.

Os educadores também exigem o pagamento das progressões de carreira a que professores teriam direito, mas que ainda não foram implantadas. Juntas, as progressões somam R$ 90 milhões, segundo o sindicato. "Sem isso, não há acordo", insistiu o presidente da APP.

Ontem, Sciarra foi chamado às pressas para tentar contornas as divergências financeiras. Ele não firmou nenhum compromisso quanto ao atendimento destes itens. "Não vamos assumir despesas sem que haja perspectivas de receita", disse.

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