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Saiba mais detalhes sobre a nova embarcação da ONG internacional Green­peace |
Saiba mais detalhes sobre a nova embarcação da ONG internacional Green­peace| Foto:

Linha do tempo

De protestos contra a morte de baleias a campanhas contra testes nucleares, a história dos três Rainbow Warriors se confunde com a própria trajetória do Greenpeace ao longo dos últimos 33 anos. Confira alguns momentos marcantes:

1971 – Fundação do Greenpeace, organização não governamental com sede em Amsterdã, na Holanda, que defende a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.

1978 – No dia 29 de abril daquele ano, uma velha traineira construída em 1955 – que havia sido reformada com a ajuda de voluntários e rebatizada como Rainbow Warrior (Guerreira do Arco-Íris) – é lançada ao mar nas docas de Londres, Inglaterra. Iniciava-se ali uma longa trajetória de lutas e perseguições, principalmente contra navios baleeiros.

1982 – Pela primeira vez, o Warrior cruza o Atlântico e se aventura nos mares até a América do Norte, o que incluía missões contra a matança de focas na costa Leste do Canadá e contra a queima de produtos químicos tóxicos no Golfo do México.

1985 – No dia 10 de julho, a embarcação, de 44 metros de comprimento, sofre um atentado no porto da cidade de Auckland, na Nova Zelândia. Duas bombas são colocadas no casco do navio por mergulhadores do serviço secreto francês. No incidente, morre o fotógrafo português Fernando Pereira. Na época, o Greenpeace se preparava para liderar uma pequena esquadra de navios em protesto contra os testes nucleares da França na região do Atol Mururoa, na Polinésia Francesa.

1987 – Um veleiro a motor chamado Grampian Fame, de 55 metros de comprimento, construído em 1957, é comprado pelo Greenpeace e torna-se o novo Rainbow Warrior. Com o lema "não se pode afundar um arco-íris", a embarcação faz sua estreia em 10 de julho de 1989, exatamente quatro anos após o atentado ao primeiro barco.

1992 – O novo Warrior volta a protestar contra os testes nucleares franceses. Imagens do confronto entre o Greenpeace e a esquadra da marinha da França ganham o mundo. Em junho daquele ano, o barco ancora no Rio de Janeiro durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Eco-92).

1995 – O Rainbow Warrior II é apreendido pelo governo francês no dia 1º de setembro, durante protestos contra os testes nucleares na Polinésia Francesa. O barco só foi liberado um ano depois, mas os testes nucleares foram suspensos.

2000 – Durante a conferência dos países mais ricos do mundo (G-8), no Japão, o barco é detido durante uma ação para entregar uma nota de protesto pedindo o fim do desmatamento. A mensagem chegou à cúpula dos países e o barco foi liberado ao fim do encontro.

2010 – No dia 25 de outubro, após anos de campanha contra a pesca ilegal de atum e a destruição de florestas, o governo da Indonésia obriga o barco do Greenpeace a deixar as águas do país. Com direito a escolta armada.

2011 – Após 22 anos de serviços prestados, o Rainbow Warrior II é aposentado. O navio foi doado à ONG Friendship, de Bangladesh, para ser transformado em um barco-hospital e ajudar comunidades pobres do país que têm acesso restrito por terra a esse tipo de serviço.

A partir do dia 14 de outubro, a luta em prol das causas ambientais no planeta deve ganhar um aliado, ou melhor, uma aliada de peso – de 838 toneladas, para ser mais preciso. Nesta data, a Rainbow Warrior III ("guerreira do arco-íris"), a nova embarcação da ONG internacional Green­peace, deve fazer sua estreia oficial nos mares.O navio integrará a frota formada por outros dois barcos, o Arctic Sunrise e o Esperanza, cujo histórico de lutas inclui protestos contra matança de baleias, realização de testes nucleares e exploração petroquímica. Além disso, o RWIII substituirá seu antecessor, aposentado após 22 anos. Já o primeiro Warrior, cujas operações iniciaram em 1978, foi afundado em 1985 pelo governo francês.

Campanhas

Entre as novidades do terceiro Warrior, estão diversas soluções de tecnologia limpa, como o uso de velas ao invés de motores a diesel. "Este barco foi inteiramente construído com base nas nossas experiências em mais de 30 anos de campanhas no mar. O impacto ambiental foi analisado desde o início da construção até o dia em que não iremos mais usá-lo", revela Ulrich von Eitzen, diretor de operações de navios do Greenpeace.

Além disso, a embarcação está sendo totalmente financiada por doações de simpatizantes da ONG sediada em Amsterdã, na Holanda. São pessoas físicas, basicamente, já que o Greenpeace não aceita contribuições de governos ou empresas. Através do site http://anewwarrior.greenpeace.org é possível comprar partes do navio, como em uma loja virtual. Atualmente, 52% do barco já foi "vendido". Cada comprador ganha um certificado simbólico de propriedade e seu nome estará em um mural dentro do próprio navio.

"Essas pessoas viajarão conosco nos próximos 20, 30 anos. Mas claro que tudo é simbólico. Antes de firmar um contrato com o estaleiro, tínhamos um financiamento pronto. Mas isso não significa que não precisamos de recursos adicionais para o barco", explica Eitzen. A nova embarcação custará 23 milhões de euros.

Segundo o representante do Greenpeace, o novo Rainbow Warrior já está na água. "Estamos na fase final. ‘Ela’ está quase pronta. Amanhã (ontem) vou para os testes técnicos em alto-mar", diz Eitzen, que conversou com a Gazeta do Povo por telefone de seu escritório em Amsterdã. Segundo ele, o RWIII visitará o Brasil em 2012, durante a conferência mundial Rio+20, que ocorre de 4 a 6 de junho. Mais: o Greenpeace planeja navegar o Rio Amazonas com seu novo rebento, já que a ONG mantém projetos na região.

Além de maior autonomia por usar a força do vento – apesar de possuir um motor diesel-elétrico para situações adversas –, o Warrior III tem muita tecnologia embarcada, incluindo internet banda larga capaz de se comunicar com o mundo de qualquer local do planeta. "Esse barco foi construído para funcionar como escritório flutuante, como base para ações, como centro de comunicações, enfim, para qualquer tipo de trabalho em nossas campanhas", resume Eitzen.

A única coisa, segundo ele, que não deve mudar é a resistência de governos e empresas com os protestos ambientalistas. "Tentam cada vez mais complicar a vida das ONGs. Mas acreditamos no direito de expressão e opinião. Então, vamos continuar."

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