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Educação

Greve deve deixar alunos da rede estadual sem aulas a partir desta quarta

Professores cruzam os braços em greve por tempo indeterminado por descumprimento de compromissos assumidos pelo governo. Seed defende que pauta “vem sendo honrada”

Os professores da rede pública estadual de ensino começam nesta quarta-feira (23) uma greve por tempo indeterminado em todo o Paraná. A previsão do sindicato que representa a categoria é que as cerca de 2,1 mil escolas tenham o funcionamento afetado pelo movimento e que a maior parte delas fique sem aulas. A Secretaria Estadual de Educação (Seed), no entanto, determinou que "as escolas estaduais do Paraná deverão ficar abertas para receber os alunos."

No caso de não haver aulas, a orientação da Seed aos pais é para que procurem os diretores das escolas para saber quando serão repostas as aulas. O órgão esclareceu, em nota, que para que as horas-aula sejam contabilizadas como cumpridas – tanto pelos alunos quanto pelos professores –, é necessário haver "condições de trabalhar de forma habitual, com presença de qualquer número de alunos."

A presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (APP Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho, disse que nesta quarta-feira (23) cada cidade terá manifestações próprias. Apenas em Curitiba haverá concentração de professores da capital e da RMC no Centro Cívico, em um ato público que deve começar às 10 horas. "Na semana que vem vamos trazer a categoria para uma grande marcha aqui em Curitiba", promete. Marlei antecipou que a programação do movimento foi feita com a possibilidade de se estender por semanas, "se for necessário."

A sindicalista diz que o fator de maior peso na hora de os professores aprovarem a greve em assembleia foi o descumprimento pelo governo do estado de compromissos assumidos nas negociações no fim do ano passado. "Na nossa opinião, o governo interrompeu o processo de negociação e ele fornece explicações que não são as mesmas explicações que nós constatamos." Como exemplo do descontentamento a dirigente cita a não implementação da hora-atividade de 33% (tempo para professor preparar aulas e se dedicar a outras atividades ligadas à docência) e a inexistência de plano de saúde para a categoria.

Em nota, a Seed divulgou uma lista de quatro grandes pautas de negociação, envolvendo hora-atividade, salário, pagamento de promoções e concurso público. Em cada segmento há a previsão do impacto nos cofres públicos para a implementação da medida e o prazo de implementação (leia a nota na íntegra). Não é citada no documento a questão dos planos de saúde. O governo rebate a reivindicação dos professores de que prazos não foram cumpridos, defendendo que o que não foi honrado está em fase de implementação ou tem prazo para ser executado.

A pauta dos professores é apresentada com uma divisão diferente, com oito grandes temas: salário, saúde e condições de trabalho, benefícios a funcionários da educação, benefícios de professores, reformulação de carreira, contratos temporários, direito a organização sindical e aspectos pedagógicos. No posicionamento da Seed, parte desses temas não foi mencionada. A assessoria da secretaria informou que o posicionamento do órgão seria feito apenas pelas notas que foram divulgadas.

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