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A invasão da plenária da Con­fe­­rência Nacional da Educação (Conae) por 300 manifestantes que participam da greve unificada na Universidade de Brasília (UnB) marcou a abertura do evento que reúne cerca de 4 mil participantes no Centro de Conven­­ções Ulisses Guimarães, em Bra­­sília. Dentro do auditório, estudantes, professores e funcionários da UnB, que participam do comando de greve, chegaram a entrar em confronto com segurança. A confusão ocorreu mo­­men­tos antes da abertura da Con­­ferência, que contou com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva era esperado para participar da abertura, mas não compareceu.

Os manifestantes só saíram à plenária após um acordo com o secretário adjunto do Ministério da Educação (MEC) e organizador geral da Conferência, Francisco das Chagas Fernandes. A comissão organizadora da Conae se comprometeu a negociar com o comando de greve e intervir na questão da UnB. Servidores, professores e alunos da universidade estão desde o dia 9 de março em greve contra um corte salarial de 26% que está afetando os professores desde setembro do ano passado. Segundo o professor Dioney Gomes, um dos líderes do comando de greve, o corte é relativo à suspensão da Unidade de Refe­­rência de Preço e foi mantido pelo Ministério do Planejamento mesmo após decisão contrária dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Queremos entregar uma carta ao presidente da República. Não estamos lutando por melhoria salarial, mas por manutenção dos nossos salários, diz.

A Conae

A Conae reúne até a próxima quinta-feira, dia 1.º de abril, cerca de 4 mil participantes, entre estudantes, pais de alunos, educadores e representantes de movimentos sociais da educação. Serão debatidas 5,3 mil propostas educacionais em seis eixos e votadas as metas que servirão de base para a construção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que deverá vigorar entre 2011 e 2020. O modelo do novo PNE será definido na Conae e será enviado para aprovação no Congresso Nacional.

O secretário adjunto do Ministério da Educação (MEC) e organizador geral da Conferência, Francisco das Chagas Fernandes, anunciou que o Executivo irá encaminhar um projeto lei que estabelece a realização periódica da Conae e da instituição do Fórum Nacional da Educação, junto com o projeto que irá estabelecer o novo PNE. "Diferen­te­mente da saúde, a educação teve a instituição das conferências em educação abandonadas. Nosso desafio é fazer com que as diretrizes que irão compor o Plano sejam um compromisso do Estado brasileiro, independente do governo", disse.

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o PNE deve valorizar o magistério. "Temos que zerar a diferença salarial entre os docentes e não docentes e dizer para a juventude: ve­­nham ser professores", comentou. O ministro ainda defendeu que o novo plano deve estabelecer metas com aumento gradativo de um porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, sem possibilidade de vetos.

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