
Um grupo de estudantes e pesquisadores do câmpus Pontal do Sul da Universidade Federal do Paraná (UFPR) resolveu aliar o incentivo ao uso da bicicleta à ideia de bolar uma forma de desenvolver o potencial turístico do estado. O resultado foi a criação de um roteiro da PR-405, em Guaraqueçaba, no Litoral, em detalhes que irão facilitar a exploração do trecho por cicloturistas.
Todas as informações coletadas pela equipe foram apresentadas ontem a autoridades responsáveis pelo turismo local. Durante a reunião, participaram também representantes de turismo na região de Morretes e uma analista ambiental da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba.
A intenção é que esses dados sejam utilizados para oficializar a prática do turismo de bicicleta na rodovia, conhecida como Estrada da Banana. "O nosso trabalho foi mapear a estrada, mostrar quais os pontos para observação que têm ali, os serviços disponíveis, como pousadas e restaurantes. Ou seja, fazer todo o levantamento do que uma pessoa que está fazendo esta viagem de bicicleta precisar saber para aproveitar o roteiro", explica José Claro da Fonseca Neto, um dos coordenadores do estudo, que é pesquisador no Centro de Estudos do Mar.
Mesmo que o guia não seja oficialmente adotado, a compilação vai sair do papel. O trabalho desenvolvido será, no mínimo, aproveitado em manual de publicação própria, que será distribuído em pontos estratégicos como lojas de bicicletas e acessórios para ciclistas e postos de informações para turistas. "Vamos oferecer todas as informações sobre as condições da trilha, lugares que podem ser explorados, onde há ameaça de impactos e com recomendações que o gestor possa adotar. Caso haja interesse das autoridades, esse com certeza seria um primeiro passo", explica Fonseca Neto.
Manual
O desenvolvimento do manual foi realizado nas últimas duas semanas por dois professores e sete alunos do curso de Oceanografia da UFPR. O projeto faz parte de uma das disciplinas optativas ofertadas na universidade. Os ciclistas/pesquisadores percorreram um total de 105 km, sendo 80 km na PR-405. "Deu para perceber algumas falhas. Alguns pontos ficam longe do apoio para serviços, pousadas, acesso a água. Mas nada que impeça que o trajeto continue", comenta o estudante Vitor Eduardo Melenis, que conduziu o carro de apoio durante os dois dias de percurso.
Nicole Paloschi, que também é aluna da UFPR, destacou a baixa visibilidade de alguns trechos como o principal empecilho do trajeto. Ela garante, no entanto, que não é preciso muito esforço para percorrer toda a estrada. "Não é uma trilha puxada. Se você tem uma bicicleta razoável, já vale. Quem não pratica nada de esporte pode sentir um pouco mais, porque tem alguns trechos de subidas mais pesadas. Mas vale muito pela experiência, de conhecer o lugar e as comunidades que tem por ali, com um estilo de vida diferente."











