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Sete alunos e dois professores participaram dos trabalhos, desenvolvidos no curso de Oceanografia | Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Sete alunos e dois professores participaram dos trabalhos, desenvolvidos no curso de Oceanografia| Foto: Aniele Nascimento/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

Antes que venha a 101

Explorar o que a Estrada da Banana tem a oferecer aos cicloturistas era apenas uma das opções levantadas por Fonseca Neto para aplicar a disciplina. O fato de a PR-405 ser o único acesso viário que liga Antonina a Guaraqueçaba pesou na hora da escolha. Mas a expectativa da chegada da BR-101 no Paraná foi fundamental. "A Estrada da Limeira [entre Garuva e Morretes] e a Estrada da Banana são dois trechos alvos de interesse da BR-101", ressaltou o pesquisador. "Então, é uma forma de ajudar a preservar também essa parte do estado. É, sem dúvida, um lugar que tem muita cultura e potencial para o turismo".

Em abril, o governo estadual anunciou o início dos estudos para a implantação da rodovia no estado. O projeto prevê ligar o trecho da BR-101 em Santa Catarina, na altura de Garuva, com a BR-116, perto de Bocaiúva do Sul, o que levaria ao desvio do tráfego de caminhões do anel viário curitibano.

No final de julho, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) informou que já havia recebido do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) um termo de referência para contratação dos estudos ambientais, e que está na fase dos estudos preliminares para definir a melhor maneira de viabilizar a nova rodovia, "sem grandes impactos ambientais e econômicos".

  • PR-405 (Estrada da Banana) ganha roteiro ciclístico elaborado por alunos da UFPR
  • Alunos percorrem PR-405, em Guaraqueçaba, para mapear roteiro ciclístico
  • Viagem pela PR-405 durou dois dias
  • Roteiro vai apontar detalhes sobre a estrada que podem beneficiar viagens de ciclistas pela região
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  • Alunos percorrem PR-405, em Guaraqueçaba, para mapear roteiro ciclístico
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Um grupo de estudantes e pesquisadores do câmpus Pontal do Sul da Universidade Federal do Paraná (UFPR) resolveu aliar o incentivo ao uso da bicicleta à ideia de bolar uma forma de desenvolver o potencial turístico do estado. O resultado foi a criação de um roteiro da PR-405, em Guaraqueçaba, no Litoral, em detalhes que irão facilitar a exploração do trecho por cicloturistas.

Veja fotos da viagem

Todas as informações coletadas pela equipe foram apresentadas ontem a autoridades responsáveis pelo turismo local. Durante a reunião, participaram também representantes de turismo na região de Morretes e uma analista ambiental da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba.

A intenção é que esses dados sejam utilizados para oficializar a prática do turismo de bicicleta na rodovia, conhecida como Estrada da Banana. "O nosso trabalho foi mapear a estrada, mostrar quais os pontos para observação que têm ali, os serviços disponíveis, como pousadas e restaurantes. Ou seja, fazer todo o levantamento do que uma pessoa que está fazendo esta viagem de bicicleta precisar saber para aproveitar o roteiro", explica José Claro da Fonseca Neto, um dos coordenadores do estudo, que é pesquisador no Centro de Estudos do Mar.

Mesmo que o guia não seja oficialmente adotado, a compilação vai sair do papel. O trabalho desenvolvido será, no mínimo, aproveitado em manual de publicação própria, que será distribuído em pontos estratégicos como lojas de bicicletas e acessórios para ciclistas e postos de informações para turistas. "Vamos oferecer todas as informações sobre as condições da trilha, lugares que podem ser explorados, onde há ameaça de impactos e com recomendações que o gestor possa adotar. Caso haja interesse das autoridades, esse com certeza seria um primeiro passo", explica Fonseca Neto.

Manual

O desenvolvimento do manual foi realizado nas últimas duas semanas por dois professores e sete alunos do curso de Oceanografia da UFPR. O projeto faz parte de uma das disciplinas optativas ofertadas na universidade. Os ciclistas/pesquisadores percorreram um total de 105 km, sendo 80 km na PR-405. "Deu para perceber algumas falhas. Alguns pontos ficam longe do apoio para serviços, pousadas, acesso a água. Mas nada que impeça que o trajeto continue", comenta o estudante Vitor Eduardo Melenis, que conduziu o carro de apoio durante os dois dias de percurso.

Nicole Paloschi, que também é aluna da UFPR, destacou a baixa visibilidade de alguns trechos como o principal empecilho do trajeto. Ela garante, no entanto, que não é preciso muito esforço para percorrer toda a estrada. "Não é uma trilha puxada. Se você tem uma bicicleta razoável, já vale. Quem não pratica nada de esporte pode sentir um pouco mais, porque tem alguns trechos de subidas mais pesadas. Mas vale muito pela experiência, de conhecer o lugar e as comunidades que tem por ali, com um estilo de vida diferente."

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