Um funcionário terceirizado do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR) que adulterava informações de carteiras de habilitação foi preso ontem em Curitiba, pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Rinaldo José da Silva, de 32 anos, participava de um esquema que cobrava entre R$ 400 e R$ 1 mil para mudar a categoria do veículo a ser dirigido pelos "clientes".
Outros dois homens também foram presos por envolvimento na fraude. Wilson Carlos dos Santos, 31 anos, comprou a alteração de sua carteira, e Vanderlei Amorin Costa, 29 anos, servia como agenciador de Silva, buscando pessoas com interesse em comprar uma nova categoria para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O delegado Miguel Stadler, do Cope, acredita que pelos menos mais cinco pessoas serviam de intermediários no golpe. "Cerca de 500 carteiras de habilitação podem ter sido alteradas ilegalmente por este funcionário. Agora estamos fazendo uma investigação para descobrir quem são os compradores e também os outros agenciadores", informa.
Rinaldo Silva, portador de uma leve deficiência física na perna esquerda, trabalhava no Detran por meio de um convênio entre o órgão e a Associação Paranaense de Reabilitação (APR). Dentro da empresa, ele fazia parte da Coordenadoria de Habilitação, e possuía a senha para entrar no sistema e alterar informações das carteiras.
A polícia chegou até Silva porque a Coordenadoria de Inteligência e Auditoria (Coia) do Detran desconfiou das constantes modificações realizadas pelo funcionário.
A taxa cobrada pelo Detran para adicionar uma categoria à carteira é de R$ 70. Caso o motorista já possua a categoria B, para carros, e queira dirigir motos ou caminhões, as auto-escolas cobram pelas aulas em média entre R$ 200 e R$ 300.
O diretor administrativo e financeiro do Detran, Rogério Carboni, acredita que os pedidos de falsificações eram feitos principalmente por quem não conseguia passar no teste por algum motivo, uma vez que o preço pago para adicionar uma nova categoria pelos meios legais é inferior ao que era cobrado no golpe.
A polícia orienta as pessoas que compraram as alterações a comparecer no Cope para entregar as habilitações. A atitude isenta a pessoa de ser presa em flagrante, estando ela sujeita apenas à autuação.
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