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Grupo protesta para salvar praça no Alto da Glória

Moradores criticam projeto para abertura de ruas sem saída em Curitiba. Prefeitura nega intenção de acabar com parquinho

Ted Boy Marino, 72 anos, morreu no início da noite desta quinta-feira (27), após uma cirurgia de emergência de trombose | Zulmair Rocha/Folhapress
Ted Boy Marino, 72 anos, morreu no início da noite desta quinta-feira (27), após uma cirurgia de emergência de trombose (Foto: Zulmair Rocha/Folhapress)

Moradores do bairro Alto da Glória, em Curitiba, prometem fazer manifestações entre hoje e amanhã contra a possível extinção de uma pracinha localizada no fim das ruas Doutor Goulin, Cambará e Paraguassu. O grupo acusa a prefeitura de priorizar os automóveis em detrimento do pedestre. O movimento foi batizado de "Salve a Praça!".

A prefeitura afirma que não há planos para retirada da praça e, por isso, estranha a manifestação. Em julho deste ano, no entanto, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) anunciou que havia projetos de abrir quatro cruzamentos da capital, atualmente fechados pela presença de ruas sem saída que desembocam em praças, incluindo a do Alto da Glória. Obras semelhantes já foram feitas, em 2010, nos bairros Mercês e Cristo Rei, para melhorar a fluidez do trânsito.

Na agenda da mobilização, está marcado para hoje, a partir das 14 horas, um ato de revitalização da praça. A ideia é embelezar o local com pintura e decorações livres – a população é convidada a participar com "o que tiver em casa". O manifesto segue amanhã, com uma bicicletada que sai às 9 horas, da Reitoria da UFPR, em direção à praça. Depois da chegada, estão marcadas apresentações musicais.

O grupo já havia feito protesto semelhante no início do mês, levando cerca de cem pessoas à praça. Segundo a professora Bruna Ruano, uma das organizadoras do evento, a grande adesão espontânea à primeira ação motivou o grupo a realizar outra mobilização, mais organizada. São esperadas 200 pessoas para a bicicletada de amanhã.

Abaixo-assinado

Segundo a professora, o grupo tentou fazer contato com a prefeitura, entregando um abaixo-assinado no Ippuc, mas não conseguiu diálogo. "Querem mexer em ruas tranquilas do bairro, na praça usada pelos meus filhos. Não faremos um manifesto agressivo, queremos mostrar como o local é bonito", diz.

O filósofo Jorge Brand, também participante da manifestação, critica o fato de a busca por maior fluidez no trânsito causar a destruição dos espaços de convivência. "Antes estivessem pensando no transporte coletivo, mas não. Estão projetando uma cidade para carros em vez de pessoas."

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