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- Foram encontradas partes internas da aeronave, diz brigadeiro
O helicóptero Lynx, embarcado na fragata Constituição, resgatou por volta das 13h desta quinta-feira, possivelmente os primeiros destroços do avião da Air France que caiu no oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo.Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), ainda não é possível confirmar se as partes pertencem ao avião que fazia a rota AF 447 Rio-Paris."Um suporte utilizado para acomodação de cargas em aviões (Pallet), de aproximadamente 2,5 m2, e duas bóias", foram resgatados, informou a FAB em comunicado.
O avião C-130 Hércules da FAB, que participa das buscas do avião da Air France, avistou os destroços a 550 km de Fernando de Noronha."De acordo com o planejado, a aeronave orientou a Fragata Constituição, da Marinha do Brasil, até o local para que o material pudesse ser recolhido", acrescentou a nota.
"Foram encontrados alguns pedaços marrons, brancos e dois amarelos e isso não corresponde à parte externa da aeronave e sim à interna, à parte que nós temos depósito de bagagens, cadeiras e materiais de cobertura. É esse equipamento que está sendo avistado", explicou Cardoso.
O brigadeiro Ramon Borges Carlos, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, disse que essa aeronave foi vasculhar um ponto localizado pelo R-99. "Os helicópteros ainda não estão sendo usados para fazer o resgate do material dos navios", afirmou ele, que participou de uma entrevista, no Recife. "O que estamos fazendo é utilizar os barcos para fazer o resgate e, a partir do momento que tiver uma quantidade considerável, vamos utilizar helicópteros para fazer o transporte até Noronha." Cardoso diz que as equipes já estão trabalhando no recolhimento do material indicado pelas aeronaves. "Até ontem [quarta], a nossa preocupação maior era encontrar os corpos, antes de recolher as peças. Mesmo passando pelos locais onde vimos os destroços, nós não parávamos o navio. Hoje, então, podemos colocar os dois trabalhos no mesmo nível de interesse." Área de buscas
O brigadeiro afirmou que a área de busca foi reduzida para 6 mil quilômetros quadrados, por causa da concentração de destroços. Antes, as equipes chegaram a vasculhar 9,7 mil quilômetros quadrados.
Mais cedo a Força Aérea Brasileira encontrou destroços do avião da Air France que caiu no Atlântico com 228 pessoas a bordo, mas ainda não há sinal de corpos, informou a FAB. O brigadeiro Ramon Borges Cardoso, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, disse que foram encontradas partes internas do avião na região de buscas.
A Marinha afirmou também nesta quinta que a fragata Constituição foi o terceiro navio militar a chegar ao local das buscas, a 1.100 quilômetros a nordeste de Natal, mas as embarcações ainda não visualizaram os destroços.
Um avião R-99 equipado com radar identificou durante a madrugada mais objetos em três pontos distintos do mar. Aviões Hércules da FAB decolaram posteriormente para tentar visualizar os destroços, informou o Centro de Comunicação da Aeronáutica.
"Os destroços foram identificados dentro daquela região onde se concentram as buscas. Entre os objetos, um era maior", disse à Reuters um oficial do centro de comunicação da FAB sem dar maiores detalhes, uma vez que as famílias sempre são avisadas primeiro sobre o andamento das buscas.
Questionado se os aviões haviam avistado corpos, o oficial respondeu: "Por enquanto nenhum sinal."
Além dos destroços, as aeronaves da FAB que estão sobrevoando a região desde segunda-feira já avistaram extensas manchas de óleo no mar, o que segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, pode excluir a possibilidade de explosão do Airbus que decolou do Rio no domingo com destino a Paris e fez seu último contato quatro horas depois, após passar por forte turbulência.
Entre as partes encontradas no mar na quarta-feira (3) estava uma peça com 7 metros de diâmetro que, segundo a FAB, seria da fuselagem do Airbus A330. Também já foram avistados um assento de avião, pequenos pedaços brancos e uma bóia laranja.
De acordo com a agência francesa responsável pela investigação das causas do acidente, o desastre pode permanecer um mistério, já que são remotas as chances de se encontrar as caixas-pretas no fundo do mar.
Os três navios brasileiros que estão na região - a patrulha Grajaú, a corveta Caboclo e a fragata Constituição -, serão responsáveis por transportar os destroços para o território brasileiro, ainda não avistaram as peças identificadas pela FAB. As buscas se realizam num raio de 200 quilômetros.
Um navio francês equipado com um submarino não-tripulado que pode explorar a até 6.000 metros de profundidade também está a caminho do local.
De acordo com a Marinha, dois navios mercantes também estão na região - um holandês e um francês - e ajudam na operação. Um terceiro navio mercante que estava no local pediu para deixar a área por falta de combustível.
O voo AF 447 tinha 216 passageiros de 32 nacionalidades, incluindo sete crianças e um bebê. Segundo a Air France, 61 eram franceses, 58 brasileiros e 26 alemães. Dos 12 tripulantes, um era brasileiro e os demais franceses.
Suspeitas
Após a queda do Airbus da Air France nesta semana, não são só os parentes das vítimas que querem respostas. Na França, a imprensa também busca explicações. Nesta quinta-feira (4), os dois principais jornais franceses trazem novidades sobre a tragédia do voo 447.
O "Le Monde" postou em seu website uma informação importante que pode ajudar a esclarecer as causas do acidente. Citando uma fonte da Força Aérea francesa ligada às investigações, o periódico diz que o Airbus A330 não estava na velocidade correta ao entrar na zona de tempestade. O jornal não especifica se a velocidade estava acima ou abaixo do recomendado, mas afirma que ainda nesta quinta o fabricante da aeronave vai publicar uma recomendação aprovada pelo comitê encarregado das investigações.
Por sua vez, o "Le Figaro" atribui a uma fonte ligada às investigações a informação de que a comissão trabalha com a hipótese de que o avião tenha se desintegrado no ar.
Sem esperanças
A empresa Air France pediu nesta quinta-feira (4) para famílias das vítimas do voo AF 447 que não tenham esperanças de encontrar sobreviventes da queda do avião. O presidente da companhia, Pierre-Henri Gourgeon, falou com os parentes em uma reunião privada, segundo informou a agência de notícias Associated Press.
Investigações
A França já destacou a equipe de especialistas que investigará o acidente com o voo 447, da Air France. O grupo de investigação é formado por 30 engenheiros da Airbus e da Air France e 20 peritos do Escritório de Investigação e Análises de Acidentes Aéreos na França (BEA, na sigla em francês). Além do Brasil, a França conta com a ajuda da Espanha - que ontem pela manhã abandonou as buscas por destroços na costa africana -, Estados Unidos e Holanda.
Os 50 investigadores serão divididos em quatro equipes, que se ocuparão de coletar informações com base em destroços que venham a ser recolhidos em alto-mar. Uma delas será encarregada de efetuar as buscas pela caixa-preta do avião. Para isso, terá a ajuda de mecanismos de alta tecnologia, como submarinos robóticos.










