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É no fim de semana que jovens como Pedro e José (nomes fictícios), ambos de 29 anos, costumam fazer uso de substâncias indicadas para quem tem disfunção erétil, embora nenhum dos dois afirme ter o problema. Pedro usou tanto o Viagra quanto o Cialis. Nas duas vezes, teve efeitos colaterais como náusea, dor de cabeça e calafrios, que duraram cerca de seis horas.

Junto com os remédios, Pedro fez uso de bebida alcoólica. Porém o efeito dos medicamentos, utilizados para ir a casas de swing (em que há troca de casais), não foi o que ele esperava. "Não é o que eu imaginava. No fim das contas, [o medicamento] não fez muita diferença."

Já José diz ter "perdido a conta" de quantas vezes usou esse tipo de recurso para aumentar a potência sexual. Provou todos os disponíveis no mercado, entre eles o Pramil, um "viagra paraguaio", que tem venda proibida no país, mas é encontrado em pontos de venda informais. "O efeito [do Pramil] é mais forte, mas é por pouco tempo e deixa mais dor de cabeça depois."

Num primeiro momento, ele utilizou as pílulas por curiosidade. "Depois, usava quando saía com duas mulheres. Funciona também como um ‘seguro’ para uma noite especial, pois é 100% de certeza que você terá um desempenho inesquecível usando qualquer um dos remédios", diz. Apesar de ter comprado diversas vezes, José ainda fica constrangido na farmácia. "É mais fácil quando é um homem que está atendendo. Com uma ‘gatinha’ no caixa da farmácia, dá vergonha."

Para o urologista do Hospital de Clínicas da UFPR Fernando Lorenzini só há uma explicação para o consumo de medicamentos para impotência sem necessidade clínica: a insegurança sexual. "Eles são inseguros e acham que só vão encarar se tomarem o remédio."

Lorenzini salienta que, apesar do livre arbítrio que os jovens têm para utilização, os medicamentos não servem para este princípio. "São formalmente indicados para quem tem disfunção erétil, e não para melhorar o desempenho. Não é essa a pretensão."

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