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Saúde

Idosa com Alzheimer fica sem consulta em Curitiba

Virgínia Santa Rosa, que tem 70 anos e também sofre do mal de Parkinson, tenta há dois meses ser atendida na Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho

Virgína tem problemas de locomoção e de memória, mas  no posto de saúde a informação foi que há 426 pessoas na fila | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Virgína tem problemas de locomoção e de memória, mas no posto de saúde a informação foi que há 426 pessoas na fila (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Ao mesmo tempo em que o país caminha para o envelhecimento – os brasileiros com mais de 65 anos já representam 7,4% da população, segundo dados do Censo 2010 divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geo­­grafia e Estatística –, desrespeitos aos direitos do idoso continuam a ocorrer. Há dois meses, a aposentada Virgínia Garbelini Santa Rosa, de 70 anos, vive uma saga para conseguir agendar consulta com um médico na rede pública de saúde de Curitiba.

Diagnosticada com Alzheimer e Parkinson em fevereiro, Virgínia foi encaminhada à Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, especializada no atendimento à terceira idade em Curitiba, para se consultar com um especialista, mas desde então não consegue agendar um horário. No mês passado, 600 pessoas esperavam na fila por uma consulta na área, mas apenas 54 foram atendidas.

Com problemas de locomoção e de perda da memória, ela precisa ser auxiliada pelo filho, o professor Sebastião Santa Rosa, que reclama da falta de informações e do tempo que deverá esperar até que a mãe seja atendida. "Fui até a unidade de saúde e me informaram que a média de atendimento para pacientes com Alzheimer é de 25 idosos por mês, e que há 426 pessoas na frente da minha mãe. Nesse ritmo, ela será atendida dentro de um ano e meio", diz.

Em fevereiro, quando a aposentada foi encaminhada pelo posto de saúde da Vila São Paulo (no bairro Uberaba) à Ouvidor Pardinho, a família afirma que tentou marcar a consulta na mesma semana, mas que foi informada para voltar dali a um mês. Enquanto isso, para não comprometer a saúde da mãe, os filhos juntaram dinheiro para consultá-la na rede particular. Ao voltar à unidade de saúde, foram informados sobre o tempo de espera. "O dinheiro está acabando. Uma irmã deixou de trabalhar para ficar com ela, então não temos mais condições de ficar na rede particular", diz Sebastião.

O professor afirma que registrou reclamação na ouvidoria da prefeitura, mas no protocolo consta que a resposta pode demorar de 15 a 30 dias. "Eu não posso esperar tudo isso só por uma informação, que nem sei se vai resolver meu caso", diz ele, que pretende acionar o Ministério Público para fazer valer o Estatuto do Idoso, que prevê atendimento de qualidade e imediato a quem tem mais de 60 anos.

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