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Noivos tentam se adequar

Com as novas regras, os noivos que pretendem se casar a partir do ano que vem em uma paróquia da Arquidiocese de Curitiba estão tendo que readequar seus planos. De acordo com a consultora de casamentos Dulce Menezes, a limitação em relação aos padrinhos e às músicas são as principais reclamações. "Como trabalhamos no interior das igrejas, temos que seguir as normas e determinações, mas as noivas vão reclamar", diz Dulce. "A música ‘Eu Sei que Vou te Amar’, que é muito usada, terá de ser riscada da lista", completa.

A cirurgião-dentista Eliane Vitória Lanzarini, 29 anos, está com o casamento marcado com o também cirurgião-dentista Freddy Zapata, 25 anos, para março de 2008, na igreja Santa Teresinha, em Curitiba. A noiva não gostou nada de saber que terá de mudar os planos. "Acho que ter vários padrinhos não diminui em nada a fé e deixa a cerimônia mais bonita. Se atrasa os outros casamentos, basta a Igreja aumentar o tempo da cerimônia", opina. Já em relação às músicas, Eliane concorda com as novas regras. "Tem de ter algum critério para as músicas mesmo", diz. (TC)

Quem sonha casar em uma igreja repleta de flores por todos os lados, com um batalhão de padrinhos no altar e dizer "sim" ao som de um fundo musical com a trilha do último filme romântico de sucesso, terá de fazer novos planos ou, então, apressá-los. É que a partir de janeiro de 2008 passam a valer novas regras para os casamentos católicos realizados pelas 127 paróquias da Arquidiocese de Curitiba, localizadas na capital e em alguns municípios da região metropolitana.

De acordo com o coordenador da Comissão Litúrgica da Arquidiocese de Curitiba e pároco da Catedral, padre Pedro Vílson, de novas as normas não têm nada. Na verdade, elas apenas fazem valer regras que estavam sendo esquecidas. Segundo o padre Pedro, o resultado é que as cerimônias vinham se tornando um ato mais social do que sacramental."A nossa idéia com essas normas é salvaguardar a dignidade do sacramento do matrimônio, sem que ele perca a espiritualidade", explica.

Dentre as regras estabelecidas pela Arquidiocese está a proibição de que músicas estranhas ao rito do matrimônio ou aos costumes da fé cristã sejam executadas. Temas de filmes ou novelas e canções da MPB, tão em moda nos últimos repertórios de casamento, terão de ser riscados da lista. Mesmo as músicas permitidas só poderão ser executadas em determinados momentos da cerimônia, não se admitindo nem mesmo um fundo musical.

Outra ponderação feita é em relação à entrada dos padrinhos. A Igreja entende que o sacramento do matrimônio não exige a presença de padrinhos e, sim, de testemunhas. Pelas novas regras, os noivos poderão ter apenas duas testemunhas ou, então, dois casais de testemunhas – um do noivo e outro da noiva – que não poderão fazer parte da procissão de entrada. "Queremos valorizar os noivos. Além disso, a entrada de um grande número de padrinhos acaba por atrasar a cerimônia", explica o padre Pedro. Apenas os pais dos noivos, os noivos e, no máximo, dois pajens, tomarão parte da procissão da entrada de acordo com as novas regras.

Outra inovação diz respeito aos profissionais de floricultura, cerimonial, foto, filmagem e música envolvidos na cerimônia. Eles terão de passar por um curso sobre a teologia e o rito do sacramento do matrimônio. A idéia é capacitá-los para o exercício da profissão dentro do templo católico e lhes oferecer uma credencial que deverá ser aceita por todas as paróquias da Arquidiocese. "Estamos estudando ainda se a credencial será obrigatória", diz padre Pedro.

As normas trazem ainda orientações expressas aos profissionais, como a necessidade de, no exercício da profissão, "fazer a distinção entre um templo católico e um restaurante ou um salão de festas". As regras proíbem, por exemplo, a movimentação de fotógrafos e cinegrafistas em determinados momentos.

As normas, embora válidas apenas para as paróquias que compõem a Arquidiocese de Curitiba, são espelho de uma preocupação nacional da Igreja Católica no Brasil, segundo padre Pedro.

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