Apesar do orgulho com que os gaúchos comemoram a Revolução Farroupilha, ela nem foi vencida, na verdadeira acepção do termo, pelos farrapos. Mas a revolta, junto com outras que eclodiram pelo país, forçaram dom Pedro II a mudar algumas políticas. No caso gaúcho, a principal causa da revolução foi a ânsia fiscal do governo central. Onerosos tributos eram cobrados sobre a produção do charque, do couro e dos muares, que representavam os principais gêneros exportados pela elite pecuarista gaúcha.
Na década de 1830, as autoridades do governo resolveram intensificar as cobranças, criando postos fiscais. Essa política beneficiava a entrada, no mercado brasileiro, do charque uruguaio que arcava com uma alíquota alfandegária bem menor que o produto gaúcho. Insatisfeito, um grupo de grandes proprietários organizou um levante que derrubou o governador provincial em 1835.
O sucesso obtido na ação dos revoltosos liderados por Bento Gonçalves marcou a deflagração da Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos. Primeiramente, os farrapos (assim conhecidos pelo lenço vermelho que tinham preso a suas vestes) dominaram a cidade de Porto Alegre e exigiram a nomeação de um novo presidente de província. No ano seguinte, em 1836, com a intransigência do poder central, os primeiros confrontos aconteceram entre os farrapos e as tropas oficiais. A guerra um dos mais sangrentos movimentos revolucionários do país durou 10 anos, e terminou com uma espécie de anistia aos comandantes rebelados, sob a intermediação do Barão (depois Duque) de Caxias. (CF)



