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Manifestação

Índios ocupam sede estadual do PT em Curitiba

Eles reclamam da suspensão de 11 processos de reconhecimento de terras indígenas no estado que teria sido feita pela ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann. Atividades do partido no local foram suspensas

Curitiba: ocupação da sede estadual do PT | Henry Milleo/Agência Gazeta do Povo de Notícias
Curitiba: ocupação da sede estadual do PT (Foto: Henry Milleo/Agência Gazeta do Povo de Notícias)
30 pessoas entram no escritório, que fica na Alameda Princesa Isabel, no bairro São Francisco, com o objetivo de suspender as atividades no local durante um dia |

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30 pessoas entram no escritório, que fica na Alameda Princesa Isabel, no bairro São Francisco, com o objetivo de suspender as atividades no local durante um dia

Casa Civil, por meio da assessoria de imprensa, relatou que a ministra Gleisi Hoffmann vai receber os manifestantes em uma reunião em Brasília |

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Casa Civil, por meio da assessoria de imprensa, relatou que a ministra Gleisi Hoffmann vai receber os manifestantes em uma reunião em Brasília

Movimentação em frente à sede do PT |

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Movimentação em frente à sede do PT

Membros do partido devem conversar com os indígenas durante o dia para tentar estabelecer uma negociação e o partido espera resolver o impasse nas próximas horas |

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Membros do partido devem conversar com os indígenas durante o dia para tentar estabelecer uma negociação e o partido espera resolver o impasse nas próximas horas

Representantes da população indígena do Paraná ocupam a sede estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Curitiba nesta segunda-feira (3). A organização do protesto relata que as 8 horas cerca de 30 pessoas entram no escritório, que fica na Alameda Princesa Isabel, no bairro São Francisco, com o objetivo de suspender as atividades no local durante um dia. Eles reclamam da postura da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), em relação à titulação de terras indígenas no Paraná e exigem que ela retire as declarações feitas e que o governo assine a demarcação das terras indígenas.

De acordo com o líder do movimento, Cretã Kaingang, a ministra suspendeu 11 processos de reconhecimento de terras indígenas chamados de portarias declaratórias. Esses documentos antecedem o reconhecimento de fato de uma determinada reserva indígena.

Veja fotos da ocupação da sede do PT pelos índios

O processo inicia com esse documento e segue um trâmite de laudos técnicos e estudos antropológicos até que um determinado terreno seja reconhecido como indígena. Esse trâmite pode levar até 20 anos, segundo o líder do movimento.

Os índios que estão no local viajaram durante a madrugada para Curitiba em um ônibus, que partiu da Região Sudoeste do Paraná. Eles dizem que a mobilização faz parte de uma mobilização de vários caciques e lideranças indígenas de toda a Região Sul do Brasil, local onde está a maior parte dos terrenos indígenas. Eles prometem que nos próximos meses, caso suas reivindicações não sejam atendidas, farão várias mobilizações para que o governo se sensibilize com a questão da demarcação das terras.

"No Mato Grosso do Sul foi suspensa a portaria declaratória daquela região e o juiz mandou retirar os indígenas das terras. Eles reagiram e acabaram morrendo parentes (como se referem a índios de outras etnias). Nós, no Paraná, estamos na mesma situação, então pode ter mais mortes se essas portarias não voltarem. E só morrendo índio e a imprensa noticiando para conseguirmos a atenção do governo para nossa situação", disse Cretã Kaingang.

De acordo com os manifestantes, hoje, no estado, existem cerca de 18 mil indígenas. São reconhecidas oficialmente no Paraná 12 reservas, a maioria delas no Norte e no Sudoeste. Outras 11 terras – que são alvo da suspensão das portarias – estão em fase de disputa.

"Atualmente muitas das nossas famílias estão vivendo em barracas de lona, sem escolas e assistência médica. Criem políticas para nós, não criem conflito", reivindicou o líder da ocupação."

Partido dos Trabalhadores

A assessoria de imprensa estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) informou que não haverá atividades nesta segunda-feira (3), mas, conforme o órgão, não havia nenhum evento especial marcado no local. A assessoria informou ainda que o diretório do PT já entrou em contato com a Casa Civil e o Ministério da Justiça e que há um "diálogo aberto" para que seja marcada uma reunião entre os órgãos e os manifestantes indígenas.

O partido disse que já informou aos ocupantes sobre a disponibilidade do governo em negociar as reivindicações e aguarda uma resposta das lideranças indígenas.

A Casa Civil, por meio da assessoria de imprensa, relatou que a ministra Gleisi Hoffmann vai receber os manifestantes em uma reunião em Brasília. Deve participar desse encontro também o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O dia exato da conversa ainda não foi definido.

Veja fotos da ocupação da sede do PT pelos índios

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