Londrina é a única cidade paranaense que tem um contrato formal com as famílias que trabalham na coleta de lixo, o que ajuda a manter as crianças longe da atividade. Nos outros municípios, a informalidade leva meninos e meninas para a coleta. Os meios para erradicar o trabalho infantil nessa atividades serão discutidos a partir de hoje, em um simpósio internacional em Curitiba. O objetivo é debater alternativas sustentáveis e que gerem renda às famílias.
Um dos problemas a serem enfrentados é a falta de estatísticas oficiais sobre o número de crianças na atividade. Segundo a procuradora do Trabalho Marga-reth de Matos Carvalho, isso ocorre porque em levantamentos como a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) não há entrevistas em áreas de ocupação. "90% desses trabalhadores estão nesses locais. O trabalho de crianças na coleta é algo comum a todas as grandes cidades", diz. "Toda vez que se fala em contratos administrativos há muitos recursos e é difícil que eles sejam destinados ao lado social. Cada vez que se vê uma criança vivendo do lixo, a culpa é do município e não da família".
Na avaliação da auditora fiscal do Trabalho Fernanda Matzenbacher, o trabalho precoce é prejudicial porque a criança deixa de ir à escola e brincar. "Em relação ao lixo, a situação é pior. Os meninos e meninas estão expostos a doenças e substâncias tóxicas, além da degradação moral".
Serviço:
Simpósio Internacional Estratégias para a Erradicação do Trabalho Infantil na Coleta do Lixo: hoje e amanhã, a partir das 10 horas, no Ministério Público do Trabalho, na Avenida Vicente Machado, 84, Centro. O evento será transmitido no site.
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